Os bens e documentos apreendidos a João Rendeiro na África do Sul deverão ser entregues ao Ministério Público português e poderão ser úteis para descobrir o eventual património escondido do antigo banqueiro, avança a SIC.
Alguns desses objetos estão na posse da advogada June Marks, que foi chamada para levar os pertences de Rendeiro, que as autoridades sul-africanas deixaram para trás. Foi-lhe pedido pela Interpol que os recolhesse e guardasse.
À mesma estação, a advogada disse ter em sua posse - há cerca de cinco meses - uma carteira com cartões bancários, um passaporte antigo, um visto para os Estados Unidos, botões de punho, óculos, malas, fatos italianos e várias garrafas de vinhos caros.
Segundo a advogada, foram confiscados cartões bancários, de identificação e passaporte, três telemóveis e dois iPads que podem conter informação relevante para encontrar eventual património escondido.
A autópsia ao ex-banqueiro português João Rendeiro vai ser feita na terça-feira, disse esta segunda-feira fonte da morgue de Pinetown, subúrbios de Durban, onde vai ser realizada.
Fonte da morgue disse que é expectável que a autópsia num caso como o de Rendeiro possa demorar cerca de duas horas, determinando o que causou a morte, "excluindo" outras suspeitas que a polícia tenha.
Os resultados serão depois anexados ao processo policial, em data por designar, acrescentou.
O corpo do ex-banqueiro foi reconhecido na sexta-feira pelo cônsul-honorário de Portugal em Durban, Elias de Sousa, que no sábado voltou à morgue para tratar de documentação relacionados com o caso.
João Rendeiro, de 69 anos, foi encontrado morto na quinta-feira na prisão de Westville, segundo uma nota do Departamento de Serviços Penitenciários, que excluiu o envolvimento de terceiros.
"Ele estava numa cela única quando se enforcou. Foi depois de trancado, portanto, ninguém podia estar envolvido ou ter acesso a ele", explicou à Lusa o porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul, Singabakho Nxumalo.
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