O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges, afirmou que não há "razão" para uma "preocupação exacerbada" no que diz respeito aos casos de infeção humana pelo vírus Monkeypox que têm vindo a ser confirmados, considerando que "o risco de podermos ter um surto alargado na população é relativamente baixo".
Em declarações à SIC Notícias, Gustavo Tato Borges começou por admitir que "há de facto algumas questões a esclarecer", nomeadamente como o vírus entrou em Portugal e acabou por se disseminar, defendo que é necessária uma investigação epidemiológica "mais apertada". Contudo, recusa alarmismos.
"Neste momento não há razão para uma preocupação exacerbada", disse, referindo que é importante sim "fazer uma vigilância de saúde", nomeadamente no caso de quem tem uma "vida social mais alargada, com mais contactos e com mais proximidade física, de pele com pele".
"O risco de podermos ter um surto alargado na população é relativamente baixo", notou ainda.
Questionado sobre a recuperação, o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública explica que "depende muito de pessoa para pessoa".
"Esta doença não tem um tratamento específico, o que se faz é tratamento para os sintomas que vão aparecendo", afirmou. "Depois depende da capacidade do organismo de responder a este vírus", sublinhou.
Gustavo Tato Borges lembrou que, neste momento, a doença está circunscrita a um "conjunto de pessoas", não tendo havido "disseminação noutras estruturas sociais, noutros grupos".
"Não havendo esta passagem para outros grupos, neste momento podemos estar relativamente confiantes", completou.
Recorde-se que Portugal já soma 49 casos confirmados de Monkeypox. O vírus, cujos primeiros casos foram relatados no Reino Unido, está já presente em vários países da Europa, mas também nos Estados Unidos, Israel, Canadá e Austrália.
A DGS indica que "os indivíduos que apresentem lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, devem procurar aconselhamento clínico" e que cubram as lesões cutâneas quando se dirigirem a uma unidade de saúde.
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