O corpo de João Rendeiro já chegou a Portugal, avança a CNN Portugal. Segundo a estação televisiva, o corpo do ex-banqueiro chegou a Lisboa pelas 6h15 desta sexta-feira.
O corpo será verificado pelos serviços alfandegários do Aeroporto de Lisboa pelas 9h e posteriormente encaminhado para o Instituto de Medicina Legal, onde será submetido a uma segunda autópsia a pedido da família.
Sublinhe-se que foi ontem avançado que a família de João Rendeiro pediu a realização de uma segunda autópsia, pelo facto de suspeitar do envolvimento de terceiros na sua morte.
Em declarações à Lusa, a advogada de Maria de Jesus Rendeiro, viúva do ex-banqueiro, Inês Montalvo referiu não ter recebido ainda a resposta do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) a confirmar o deferimento do pedido e justificou a necessidade da autópsia por considerar que há "vários indícios de que se tratou de um crime".
A advogada disse ainda que a família não teve informação oficial sobre a realização da primeira autópsia nem dos resultados da mesma, efetuada na morgue de Pinetown (Durban), pelo que considera que "esta será a primeira autópsia".
A advogada indicou ainda que a prisão de Westville, onde João Rendeiro estava detido desde dezembro de 2021, "era muito violenta" e as informações de que o antigo presidente do BPP "foi ameaçado de morte várias vezes". Argumentou que "as condições de lugar e de modo" em que ocorreu a morte de João Rendeiro, em Durban, "são as menos prováveis" para configurar um suicídio.
Ainda ontem, Lucília Gago, Procuradora-Geral da República (PGR) esclareceu que qualquer pedido que chegue ao Ministério Público para a realização de uma autópsia em Portugal ao corpo do ex-banqueiro será apreciado.
Recorde-se que João Rendeiro foi encontrado morto no dia 13 de maio, na cela onde se encontrava na prisão sul-africana de Westville, em Durban. A autópsia seria realizada quatro dias depois, na África do Sul.
O veredito das autoridades sul-africanas davam conta de que o antigo banqueiro se teria suicidado, ainda que as investigações às circunstâncias da morte não tenham sido ainda concluídas.
O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) estava há seis meses em prisão preventiva na já referida prisão sul-africana, onde aguardava o desfecho do processo de extradição para Portugal - cujo julgamento estava marcado para junho. Um processo ao qual, lembre-se, João Rendeiro sempre se opôs.
O ex-banqueiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, embora só um deles tenha transitado em julgado.
[Notícia atualizada às 08h55]
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