"Frontal e correcto, fez sempre o que a sua consciência lhe ditou em todas as funções que exerceu e por escolha própria não passou indiferente pela vida", lê-se numa reação enviada à Lusa.
Manuel Soares recordou ainda a passagem de Pinto Monteiro na ASJP.
"O [antigo] juiz conselheiro Pinto Monteiro foi secretário-geral da ASJP em dois mandatos, entre 1984 e 1988, numa fase de intensa luta política pela revisão do Estatuto dos Magistrados Judiciais e esteve envolvido nas atividades associativas em diversos momentos da sua vida profissional", referiu.
Pinto Monteiro morreu na sequência de um cancro. Era natural de Porto de Ovelha, uma localidade no concelho de Almeida, distrito da Guarda, onde na sexta-feira se realiza o seu funeral.
"As cerimónias fúnebres terão lugar amanhã [quinta-feira], a partir das 18:00, na igreja da Portela -- Lisboa, com missa de corpo presente às 19:00, seguindo na manhã do dia 10, pelas 09:00 para a aldeia natal, Porto de Ovelha", lê-se na mensagem divulgada pelo STJ.
O antigo juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) liderou a Procuradoria-Geral da República entre 2006 e 2012, tendo sido nomeado pelo Governo liderado pelo primeiro-ministro José Sócrates e confirmado pelo Presidente da República Cavaco Silva.
O mandato de Pinto Monteiro como PGR, que em seis anos lidou com dois governos de cores políticas distintas, ficou marcado no plano judicial pelo desenrolar de importantes processos, como o Freeport, Face Oculta, o caso das submarinos e as escutas, entre outros.
Fernando José Pinto Monteiro, que trocou uma carreira de 40 anos na magistratura (era juiz conselheiro no Supremo Tribunal de Justiça) pelo desafio de exercer o cargo de PGR, apontou na investidura o combate à corrupção e aos crimes económicos como uma das suas prioridades, mas foram, precisamente, processos desta natureza que geraram mais controvérsia enquanto ocupou o cargo.
A ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, o STJ, o Conselho Superior da Magistratura (CSM), a Procuradoria-Geral da República e a Ordem dos Advogados já lamentaram publicamente a morte de Pinto Monteiro.
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