Aeroporto. Ministro cometeu "erro grave" que foi "corrigido"

Declarações proferidas após o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, ter dito que permaneceria no Governo.

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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images)

Ema Gil Pires
30/06/2022 17:55 ‧ 30/06/2022 por Ema Gil Pires

País

Aeroporto

O Primeiro-Ministro, António Costa, admitiu esta quinta-feira que "foi cometido um erro grave" por parte do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, ao publicar o despacho que apresentava a nova solução aeroportuária para a região de Lisboa. Aos jornalistas, o chefe do Governo destacou que este erro foi, no entanto, "felizmente prontamente corrigido".

"Houve um erro grave, o ministro já o assumiu [...]. Está corrigido o erro e portanto, agora, é seguir em frente", disse António Costa, em declarações à comunicação social. Até porque "todos os políticos são humanos e, como todos os humanos, cometem erros", destacou.

"Mais importante é, quando os erros ocorrem, as pessoas terem a consciências deles e corrigirem-nos", ressalvou ainda o chefe do Executivo.

"Tenho a certeza que o ministro das Infraestruturas não agiu de má fé, teve humildade", disse ainda sobre Pedro Nuno Santos, acrescentando que tiveram uma "conversa muito franca e esclarecedora” no encontro desta tarde e que “a confiança está totalmente restabelecida” entre ambos.

António Costa esclareceu ainda que o "ministro já revogou o despacho que tinha sido ontem publicado" sobre este projeto em concreto e que está "totalmente solidário com a orientação definida" pelo próprio chefe do Governo. 

"Temos de trabalhar para encontrar um consenso nacional, designadamente com os partidos da oposição e, em particular, com o PSD, para termos uma decisão que seja sólida do ponto de vista político, técnico, ambiental e económico, para aumentar a capacidade aeroportuária na cidade de Lisboa", disse Costa, a propósito dos próximos passos a serem dados pelo Executivo que lidera.

Neste âmbito, o Primeiro-Ministro considerou que "é óbvio que se deve aguardar" pela realização do Congresso do PSD para que possa falar com Luís Montenegro, de forma a que este possa entrar "em funções" enquanto líder daquele que é o principal partido da oposição. No entanto, é ainda "preciso esperar para que Montenegro se predisponha a falar com o Governo" sobre aquilo que considera ser um "assunto de interesse nacional", apontou.

António Costa alertou ainda para a importância de todo este processo de decisão relacionado com o novo aeroporto de Lisboa ser "seguido por parte do Presidente da República" - que o "Governo deve manter informado, enquanto responsável pela condução da política externa e interna do país". O chefe do Executivo socialista explicou ainda ter já falado com Marcelo Rebelo de Sousa sobre "todos estes acontecimentos", dizendo esperar que o mesmo “esteja confortável” com toda a situação.

Estas declarações surgem na sequência da crise política que, esta quinta-feira, se instalou sobre o Governo. Isto depois de, na quarta-feira, o Ministério das Infraestruturas ter divulgado o seu plano para uma "Ampliação da Capacidade Aeroportuária da Região de Lisboa”.

Esta solução previa, nomeadamente, a criação imediata de um aeroporto complementar no Montijo, até 2026, para depois se dar início aos trabalhos de um novo aeroporto em Alcochete, com capacidade de substituir integralmente o aeroporto Humberto Delgado em 2035.

Porém, o primeiro-ministro português acabaria, já hoje, por ordenar a revogação desse mesmo despacho, segundo a informação avançada em comunicado enviado às redações. A solução avançada por Pedro Nuno Santos acerca do modelo para um novo aeroporto acabaria, assim, por ser anulada.

Toda esta situação acabaria por deixar algumas dúvidas acerca da permanência do ministro Pedro Nuno Santos no Governo, algo que acabaria por ser entretanto esclarecido pelo próprio ministro das Infraestruturas.

[Notícia atualizada às 18h15]

Leia Também: AO MINUTO: Ministro Pedro Nuno Santos assume erros mas não se demite

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