Mário Artur Lopes, em declarações aos jornalistas, disse que estas pessoas, maiormente idosas, onde estão a ser retiradas de aldeias como Valongo de Milhais, Mascanho e Carvas.
Mas no local, há também relatos de pessoas que saíram da aldeia de Ribeirinha.
Os populares estão a ser transportados para o pavilhão desportivo de Murça e para a residência de estudantes, localizados naquela vila do distrito de Vila Real.
Sem conseguir especificar um número de habitantes envolvidos nesta operação, o autarca disse acreditar "que metade das pessoas em cada uma destas localidades esteva a ser convidada a sair do espaço em que estão".
Junto ao pavilhão desportivo, onde está também instalado o posto de comando deste incêndio, a agência Lusa observou que os populares chegaram em viaturas da GNR, em ambulância da Cruz Vermelha e em carrinhas da escola profissional.
As pessoas foram retiradas das aldeias ameaçadas pelo incêndio que atingiu também o concelho vizinho de Vila Pouca de Aguiar e que lavra em zona de pinhal e mato desde domingo, rodeando várias aldeias.
Mário Artur Lopes confirmou que algumas pessoas não aceitam ser retiradas das aldeias.
"Insistimos e colocamos meios do município à disposição, outras vêm por meios próprios e há outros nem por meios próprios conseguiram, como aquele casal", referiu.
Durante a tarde, um casal de idosos foi encontrado morto dentro de um carro despistado na aldeia de Penabeice.
O autarca disse que o acidente ocorreu "numa zona queimada e o carro estava carbonizado", adiantando que a GNR está a investigar esta situação.
"O que ardeu neste momento é seguramente metade do concelho e a outra metade também nos preocupa", referiu, apontando como dificuldades no combate a este fogo a orografia do terreno, de declives acentuados, como os ventos fortes.
Questionado sobre os pedidos de mais meios para este teatro de operações que fez ao longo do dia, respondeu:
"Quando nós olhamos para o incêndio e percebemos que quando chegam meios aéreos se minimiza alguma coisa, aquilo que queremos é mais meios aéreos. Acredito que tenham vindo os que podem vir, mas obviamente que precisávamos de mais, até porque estávamos numa situação excecional, que deve implicar meios excecionais", sublinhou.
O autarca falou num "momento de profunda dor" para o concelho. "O sentimento é acima de tudo de frustração e desilusão, porque não conseguimos minimizar aquilo que foi acontecendo. Espero que rapidamente seja terminada".
Para este incêndio estão mobilizados 257 operacionais e 87 viaturas. Em Vila Pouca de Aguiar estão 219 operacionais e 67 viaturas.
[Notícia atualizada às 21h07]
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