O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, indicou, esta quinta-feira, que a inflação que o país vive não é estrutural, porque isso implica uma situação de fundo de longa duração, mas é uma "inflação que está para durar enquanto durar a guerra".
Confrontado pelos jornalistas após o debate do Estado da Nação que decorreu esta tarde na Assembleia da República, Marcelo assumiu não ter visto o debate, mas que podia afirmar "o que é uma evidência".
"Estamos num período de pós-pandemia que deixou marcas, estamos em plena guerra que ninguém sabe quanto tempo dura, estamos com efeitos económicos da guerra e não vale a pena negar esses efeitos na inflação e na vida das pessoas", apontou o chefe de Estado.
Marcelo indicou que "é muito difícil" explicar aos portugueses que não estejam pior do que "antes do começo da guerra, da inflação, antes da subida do preço dos combustíveis, da subida de vários bens alimentares".
"É muito difícil explicar aos portugueses que essa situação não seja pior do que aquela que existia no final do ano passado"
Sobre o novo pacote de medidas, o chefe de Estado indicou que havendo mais guerra e mais efeitos "será preciso novas medidas ou que completem as que já foram tomadas" e que "setembro é já depois de amanhã", por isso é expectável que as mesmas sejam revistas.
"Por toda a Europa se passa o mesmo, à medida que se tem a noção que a guerra dura mais, que os efeitos são mais fundos, mais necessário é ir revendo as medidas e tomar mais medidas", acrescentou.
Quanto a maiores fundos para a Cultura, Marcelo indicou que "parece uma evidência que é uma aposta já anunciada pelo ministro da Cultura para o Orçamento do ano que vem haver reorganizações e reestruturações e uma aposta maior também em termos de investimento".
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a propósito do debate de hoje sobre o estado da nação na Assembleia da República, no qual o primeiro-ministro, António Costa, anunciou um novo pacote de medidas de apoio a famílias e empresas para setembro.
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[Notícia atualizada às 19h39]
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