O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reiterou, esta segunda-feira, que "qualquer comportamento racista ou xenófobo é condenável e intolerável, e deve ser devidamente punido, seja qual for a vítima". Esta reação surge depois de famílias brasileiras e angolanas terem sido vítimas de racismo num restaurante em Portugal, no sábado.

Numa nota divulgada no site oficial da Presidência da República, o chefe de Estado sublinha que há "setores racistas e xenófobos" no país, mas destaca que não se deve "generalizar".

"Não vale a pena negar que há, infelizmente, setores racistas e xenófobos entre nós, mas não se pode, nem deve, generalizar, pois o comportamento da sociedade portuguesa é, em regra, respeitador dos direitos fundamentais e da dignidade da pessoa humana", lê-se.

"O mesmo se dirá, especificamente, quanto às comunidades dos países irmãos de língua portuguesa, que têm vindo a aumentar a sua presença entre nós e são motivo de gratidão e de orgulho para Portugal", acrescenta.

Marcelo sublinha ainda que todos somos descendentes de "origens muito diversas" e que todos somos "transmigrantes", com familiares e amigos que vivem ou viveram noutros países. Desta forma, o Presidente da República pretende transmitir a mensagem que "todos somos Portugal".

"A sociedade portuguesa é constituída por pessoas das mais variadas origens, que aqui chegaram há poucos ou há muitos anos, alguns há séculos, aqui vivem, trabalham, constituem as suas famílias: não há 'portugueses puros', somos todos descendentes de culturas, civilizações e origens muito diversas", afirma.

"Somos todos transmigrantes, todos temos familiares e amigos que vivem ou viveram fora do quadro geográfico físico de um país; tal como tantos que aqui encontram uma melhor vida. E todos somos Portugal", conclui a nota.

Sublinhe-se que em causa está uma denúncia da atriz, modelo e apresentadora brasileira Giovanna Ewbank, a dar conta de que os seus filhos foram vítimas de racismo num restaurante na Costa da Caparica, no sábado.

Uma família de turistas angolanos que estavam no local também terá sido vítima de racismo por parte de uma mulher alcoolizada, que foi detida pelas autoridades, mas que entretanto foi libertada.

Várias figuras públicas têm reagido ao sucedido, mostrando solidariedade para com as famílias, tal como foi o caso de Lula da Silva. O antigo chefe de Estado brasileiro e candidato às eleições presidenciais recorreu ao Twitter para escrever que "nenhuma mãe ou pai merece ver seus filhos sendo vítimas de xingamentos racistas".

[Notícia atualizada às 16h01]

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