"Vamos entrar numa terceira vaga de calor", alertam Governo e IPMA

Ministro falou após reunião na sede do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Temperaturas começam a subir no fim de semana e setembro será um mês mais quente e seco do que o habitual.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Carmen Guilherme
17/08/2022 09:23 ‧ 17/08/2022 por Carmen Guilherme

País

Governo

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, revelou, esta quarta-feira, que Portugal vai "entrar numa terceira vaga de calor" a partir de dia 20 de agosto, que se vai prologar no mês de setembro, que será "50% a 60%" mais quente do que em anos anteriores.

"Vamos entrar numa terceira vaga de calor, a partir de dia 20, que se vai prolongar por setembro. Portanto, em setembro, vamos ter tempo mais quente do que os setembros anteriores, entre 50% a 60%, e mais seco, entre 40% a 50%", revelou José Luís Carneiro, depois de participar numa reunião do IPMA, com a Secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar.

"Acho que isto diz tudo do risco acrescido [de incêndios] que vamos ter ainda de enfrentar. Quando, há dias, disse que não podíamos baixar a guarda, era precisamente a este quadro que me estava a referir, por força da informação que vamos recebendo do IPMA", acrescentou.

Desta forma, o ministro destacou que o "esforço da comunidade nacional", em cooperação com as autoridades, é "absolutamente indispensável", e revelou que o Governo irá voltar a reunir-se com a Proteção Civil para "olhar" para o dispositivo de combate aos incêndios.

"Naturalmente que vamos ter de reunir de novo todas as forças e serviços no quadro da Proteção Civil", adiantou o governante, após destacar as "semanas consecutivas a repor recursos humanos, recursos materiais, recursos técnicos".

José Luís Carneiro garantiu, contudo, que este dispositivo está "preparado", mas que é preciso ter em atenção as previsões esperadas. "Vamos ter uma terceira onda de calor e essa onda de calor é acrescida com os fatores que falei há pouco", reforçou.

"Exige de todos nós um esforço acrescido e adicional. Portanto, o apelo à comunidade nacional para que se una como um todo para que consigamos vencer os desafios que temos pela frente", apelou.

Questionado sobre se esta terceira vaga será mais grave do que as anteriores, José Luís Carneiro negou, mas lembrou que em causa estão previsões, em parte para daqui a algumas semanas.

"Não, não se pode dizer isso. Pela informação que nos foi apresentada, a onda de calor mais critica foi mesmo a de julho. (...) É possível verificar que o pior pico desta onda pode andar naquilo que correspondeu também a momentos mais críticos da segunda onda de calor", disse.

Quanto aos incêndios, o ministro da Administração Interna notou que todos os meios que o país tem têm estado disponíveis. Depois de frisar o "maior número de meio disponíveis" este ano - humanos, financeiros, materiais -, José Luís Carneiro destacou que é necessário ter em conta que o calor se torna um "fator de maior exigência" para o conjunto destes meios.

Sublinhe-se que, antes de falar sobre esta terceira vaga de calor, José Luís Carneiro deixou uma palavra de "solidariedade" a todas as comunidades "fustigadas" pelos incêndios e que vivem "momento dramáticos nas suas vidas", mas também aos profissionais que estão no combate às chamas.

Destacando que o objetivo também é combater "tudo o que é fogo posto", o ministro lembrou que hoje arrancou uma ação de campanha da Guarda Nacional Republicana (GNR), em articulação com as Forças Armadas (FA) e com a Polícia Judiciária (PJ), "para reforçar o combate aos incendiários".

Presidente do IPMA diz que" perigo de incêndio rural em Portugal está ainda a meio da campanha"

Jorge Miguel Miranda, presidente do IPMA, que também falou após o encontro, sublinhou que "as previsões não são positivas" em termos de precipitação e alertou para o perigo de incêndio rural.

"O perigo de incêndio rural em Portugal está ainda a meio da campanha, passámos uma onda de calor de grande intensidade e que chegou a temperaturas que quase rondaram os cinquenta graus, passamos uma segunda onda com menos intensidade, mas mesmo assim com grande impacto e vamos passar uma terceira onda de calor provavelmente dentro de dias", afirmou.

[Notícia atualizada às 10h22]

Leia Também: Alterações climáticas. "Não há forma de mitigar se não houver cooperação"

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