Costa afirma que Governo já fechou pacote de medidas de apoios sociais
O primeiro-ministro afirmou hoje aos jornalistas que o Conselho de Ministros extraordinário, que decorre desde as 15:00, no Palácio Nacional da Ajuda, já fechou o pacote de medidas de apoio social para combater a inflação.
© Lusa
António Costa deixou esta indicação quando entrava para o carro, para se deslocar ao Palácio de Belém, tendo em vista apresentar em primeira mão ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, as medidas de apoio social tomadas pelo Governo.
"Está fechado, sim", afirmou o primeiro-ministro aos jornalistas, recusando-se, no entanto, a prestar mais declarações.
Depois da audiência com o chefe de Estado, o líder do executivo regressa ao Palácio Nacional da Ajuda, onde dará uma conferência de imprensa sobre as medidas do Governo.
A reunião do Conselho de Ministros extraordinário para aprovação de medidas de apoio às famílias para combater os efeitos da inflação começou pelas 15:00 e o pacote a aprovar pelo executivo deverá rondar os dois mil milhões de euros.
Entre as medidas estará, segundo vários órgãos de comunicação social, a atribuição de um cheque de 100 euros às famílias para ajudar a suportar o aumento dos custos com energia e alimentação.
Além dos beneficiários das prestações sociais mínimas e da tarifa social de energia -- a quem este ano foi atribuído um apoio ao cabaz alimentar de 60 euros - também os agregados de escalões de rendimento da classe média poderão vir a ser abrangidos por este cheque de 100 euros.
Outra das medidas que poderá estar em cima da mesa é o adiantamento aos reformados de parte do aumento que estava previsto para o próximo ano, por via da atualização automática das pensões, calculada com base no crescimento médio anual do PIB (Produto Interno Bruto) dos últimos dois anos e na inflação apurada em novembro deste ano.
Esta semana, durante a sua visita oficial a Moçambique para a V Cimeira Luso-Moçambicana, quando questionado, o primeiro-ministro remeteu a divulgação das medidas para hoje afirmando que "a força vem da calma".
António Costa defendeu que "é necessário assegurar que quer as famílias, quer as empresas têm condições de enfrentar esta situação", salientando que, em relação às empresas, só depois do Conselho de Ministros da Energia da União Europeia agendado para dia 09 é que fará sentido tomar medidas.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse este fim de semana que o pacote de medidas que o Governo irá apresentar deve ser urgente, flexível e dirigido aos mais carenciados, mas também à classe média.
Marcelo defendeu um equilíbrio, considerando que é preciso atuar com urgência, mas que as medidas devem ser ajustadas mês a mês.
Vários países europeus já adotaram medidas de combate à inflação e os partidos da oposição têm pressionado António Costa a avançar com soluções.
Este pacote -- inicialmente anunciado pelo primeiro-ministro em julho, no debate sobre o Estado da Nação, no parlamento -- será aprovado menos de uma semana depois de o PSD ter concretizado em forma de projeto de resolução as medidas do seu programa de emergência social, num valor global de 1,5 mil milhões de euros.
O valor é superior ao inicialmente anunciado pelo presidente do PSD, Luís Montenegro, na Festa do Pontal, em Faro, (que era de mil milhões de euros), diferença justificada pelo líder parlamentar dos sociais-democratas, Joaquim Miranda Sarmento, com o "agravar da situação das famílias e das empresas" e por a execução orçamental de julho ter demonstrado que "há uma receita adicional muito significativa".
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