O deputado socialista Porfírio Silva defendeu, na terça-feira, que "não há truque nenhum" nas medidas anunciadas pelo Governo para combater a inflação.
"O truque seria estarmos a querer analisar esta ou aquela medida de um pacote, que é, precisamente, um pacote", referiu, quando questionado sobre estas acusações, que partiram do Bloco de Esquerda no rescaldo do anúncio destes apoios.
"Quando olhamos para as medidas de política pública temos que pensar no que é que essas medidas influenciam a vida concreta das pessoas", considerou num espaço de comentário na CNN.
O socialista referiu ainda que este pacote não teve 'luz verde' porque "gostamos de tomar ou não aquela medida". "É porque há necessidades a que se tem de responder", sublinhou.
Questionado sobre se o eventual corte nas pensões não influenciava a vida das pessoas de uma forma concreta, Porfírio Silva voltou a defender a ideia de que se tem que olhar para o panorama geral. "Não posso aceitar discutir um pacote só sobre um ponto do pacote", notou.
O deputado eleito pelo Partido Socialista disse ainda que a interpretação sobre o corte das pensões trazida para cima da mesa por "vários comentadores" não era correta, e que não se deveriam "analisar determinados aspetos isoladamente dizer: 'isto é pouco'".
O socialista comentou alguns números, nomeadamente, a poupança de "cerca de 470 euros" que quem arrende um T2 em Lisboa vai ter no próximo ano devido à aplicação destes apoios, assim como o valor que cada condutor vai poupar de cada vez que atestar com 50 litros. "[Sem estas medidas] custaria mais 16 euros no caso da gasolina, e mais 14 euros no caso do gasóleo", exemplificou.
Porfírio Silva considerou ainda que as medidas que dizem respeito ao congelamento do aumento dos preços no transporte coletivo servem para "anular a inflação". Quando confrontando sobre este congelamento face à diminuição dos preços neste setor noutros países, Porfírio Silva insistiu: "É por isso que nós temos que falar no pacote".
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