PJ e FBI desmantelam esquema de "venda de dados e informações pessoais"
Site em causa "disponibilizava, ilicitamente, cerca de 6 milhões de dados e informações de identificação pessoal, nomeadamente dados de passaportes, cartas de condução digitalizadas, contas bancárias, cartões de crédito e credenciais de acessos".
© Global Imagens
País Polícia Judiciária
A Polícia Judiciária (PJ), em cumprimento de diligências solicitadas pelas Autoridades dos EUA, "desmantelou e apreendeu em Portugal um servidor que alojava um website, denominado de 'WT1SHOP', que suportava um esquema criminoso para a compra e venda de dados e informações pessoais, obtidos através do acesso ilegítimo, intrusão e captura de credenciais de milhões de utilizadores de internet e plataformas online".
Em comunicado, a que o Notícias ao Minuto teve acesso, a PJ explica que o site em causa "disponibilizava, ilicitamente, cerca de 6 milhões de dados e informações de identificação pessoal, nomeadamente dados de passaportes, cartas de condução digitalizadas, contas bancárias, cartões de crédito e credenciais de acessos a diversos websites e serviços", em que se contavam "instituições financeiras, contas de e-mail, contas de PayPal, cartões de identificação, acessos remotos a computadores e servidores".
"Simultaneamente", o FBI procedeu à apreensão de mais quatro domínios utilizados pelo website 'WT1SHOP', indica a mesma nota da Polícia Judiciária. São eles: 'wt1shop.net', 'wt1store.cc', 'wt1store.com', e 'wt1store.net'.
A este "repositório de dados" estava associado um "fórum com mais de 100 mil utilizadores registados, que usando mecanismos de pagamento suportados em moedas virtuais, compravam e vendiam todo o tipo de dados pessoais referidos". Tal gerava receitas na ordem dos "quatro milhões de dólares americanos" - sensivelmente o mesmo valor em euros.
A informação divulgada hoje pela PJ surge uma semana depois de um comunicado do Departamento de Justiça dos EUA, que aponta para uma queixa criminal federal apresentada no passado dia 21 de abril e que visava um cidadão moldavo de 36 anos. De acordo com o documento das autoridades norte-americanas, Nicolai Colesnicov operava o 'WT1SHOP' e foi acusado de conspiração e tráfico em dispositivos de acesso não autorizado.
"Se condenado, Colesnicov enfrenta uma pena máxima de 10 anos na prisão federal por conspiração e tráfico em dispositivos de acesso não autorizado", pode ler-se na informação do Departamento de Justiça, concluída com elogios ao FBI, mas também aos parceiros de Portugal, Moldova, Estónia, Reino Unido e Países Baixos.
[Notícia atualizada às 13h37]
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