Ana Mendes Godinho, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, reagiu, esta quinta-feira, em declarações aos jornalistas, ao caso da idosa que morreu num lar em Boliqueime, Loulé. "Naturalmente, é um caso de uma gravidade que se tem de verificar e tirar todas as averiguações que é preciso. A Segurança Social tinha tido uma denúncia no início deste mês e, logo após a denúncia, desencadeou averiguações - que está a fazer - até já com a participação do Ministério Público", começou por afirmar a governante.
"Tomei conhecimento do caso, pedi informações, e a Segurança Social informou-me que lhes tinha sido comunicado no início do mês a situação e tinha agido para averiguações mal tinha tido conhecimento", reiterou Ana Mendes Godinho.
Para a ministra, "tem de se averiguar até às últimas circunstâncias" para perceber tudo o que se passou neste caso.
Mendes Godinho fez ainda um apelo para que casos semelhantes sejam denunciados. "Se alguém tiver informações sobre situações dessas naturalmente que denunciem e informem para que possa haver intervenção, a Segurança Social, sempre que há uma denúncia, atua", reforçou.
Também hoje, a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime admitiu estar chocada com o vídeo tornado público nas redes sociais em que mostra uma idosa acamada coberta de formigas, garantindo que a instituição já está a investigar quem foram os culpados desta situação de "negligência".
Em entrevista à SIC Notícias, Sílvia Sebastião começou por reconhecer que "houve maus-tratos" e "negligência por parte dos funcionários relativamente à idosa", porque "as formigas não foram de certo para a cama da senhora em 30 minutos ou em 1 hora".
A provedora explicou que tudo terá acontecido no turno da noite, durante o qual estavam ao serviço dois funcionários que são "obrigados" a fazer a ronda e "houve esse descuido de não a fazerem, certamente".
MP investiga caso e pede autópsia ao corpo
Já está em curso um inquérito no Ministério Público (MP) que visa apurar responsabilidades deste grave caso de negligência, que a instituição sublinhou, à SIC Notícias, tratar-se de uma "situação pontual".
Entretanto, fonte do MP confirmou à Lusa a investigação e adiantou que vai pedir a realização de uma autópsia no âmbito do inquérito instaurado. "O Ministério Público está a investigar os factos em apreço, tendo determinado a realização de autópsia médico-legal no âmbito de inquérito oportunamente instaurado", revelou a Procuradoria-Geral da República.
[Notícia atualizada às 18h11]
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