André Moz Caldas, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, reagiu, esta quinta-feira, no briefing após a reunião do Conselho de Ministros, sobre as buscas desta manhã. "Confirmo que decorreram, durante esta manhã, buscas na secretaria-geral da Presidência do Conselho de Ministros. Essas buscas foram ao nível dos serviços, não incluíram buscas em gabinetes de membros do Governo".
"Significa apenas que os órgãos de polícia criminal e as autoridades judiciárias estão a fazer o seu trabalho", dando "confiança a todos as portuguesas e portugueses que o sistema de Justiça funciona e que, independentemente das instituições, a sua atividade é integralmente escrutinada", acrescentou o governante.
Moz Caldas sublinhou que a Presidência do Conselho de Ministros tem uma atitude de "total cooperação" com as autoridades. "Vamos acompanhar com seriedade e também com serenidade o desenvolvimento desta investigação, procurar, depois de levantado o segredo de Justiça, conhecer o seu conteúdo, mas, neste momento, a única coisa que esperamos é celeridade para que o prestígio das instituições não saia afetado".
O secretário-geral, David Xavier, que será o alvo principal das buscas, manter-se-á em funções até dispor de factos que alterem a sua avaliação. "Neste momento, não conheço nenhum facto que altere esse estado de coisas. Portanto, até que factos que venham ao meu conhecimento que pudessem pôr em causa essa avaliação, aquilo que me cabe enquanto tutela da secretaria-geral da PCM é assegurar o seu prestígio mas, também, assegurar que a honorabilidade de todos os seus trabalhadores e dirigentes não é posta em causa sem fundamento", declarou André Moz Caldas.
De lembrar que a Polícia Judiciária (PJ) levou a cabo, na manhã desta quarta-feira, uma operação de buscas na sede da Presidência do Conselho de Ministros, avançou a CNN Portugal. Mais tarde, o Ministério Público (MP) revelou que estavam em causa os crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio e falsificação de documento.
De acordo com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), estão em causa "factos relacionados com a adjudicação, através de ajuste direto, de contrato de prestação de serviços celebrado entre organismos da administração pública e sociedade comercial".
Sobre o secretário-geral, David Xavier, sobre o qual pendem suspeitas de corrupção e "outros crimes associados à violação de regras de contratação pública a empresas privadas, de bens e serviços para o Governo".
[Notícia atualizada às 14h52]
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