Abusos na Igreja. "Haver 400 casos não me parece particularmente elevado"
A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa deu hoje conta de 424 testemunhos.
© Nuno Cruz/NurPhoto via Getty Images
A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa já recebeu 424 testemunhos, revelou hoje o coordenador Pedro Strecht. O número não surpreende Marcelo Rebelo de Sousa, que diz acompanhar o caso desde o início.
"Não me surpreende. Não há limite de tempo para estas queixas, que vêm de pessoas de 80 ou 90 anos. Estamos perante um universo de milhões ou muitas centenas de milhares de jovens em contacto com a Igreja. Haver 400 casos não me parece particularmente elevado", revelou aos jornalistas esta tarde.
“Noutros países com horizontes [temporais de investigação] mais pequenos houve milhares de casos”, frisou.
Sobre as Jornadas Mundiais da Juventude, que Portugal acolhe em 2023, Marcelo assevera que Portugal não fica "manchado", uma vez que o país está a "apurar a verdade".
Visão do FMI não é "preocupante"
Questionado pelos jornalistas sobre os dados do FMI, em como o crescimento do PIB em Portugal no próximo ano será apenas de 0,7 e não de 1,3, como previu o Governo, Marcelo, diz que tal não é "preocupante" pois "o FMI fez esse estudo antes da avaliação e da previsão do Governo".
"Sabe como são esses estudos internacionais muito amplos. 1,3 é fazível", atirou na mesma intervenção.
“Em Portugal, mesmo os piores cenários, não preveem recessão, ou seja, não preveem que haja dois trimestres seguidos com resultados negativos”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República sublinhou ainda a decisão de a Alemanha ter anunciado a abertura de “empréstimos europeus conjuntos para injetar dinheiro nas economias e contrabalançar aumento do custo da energia”.
[Notícia atualizada às 16h32]
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