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MP e defesa pedem internamento de jovem acusado de matar avó em Mafra

O Tribunal de Sintra marcou para quinta-feira a leitura do acórdão do processo do jovem acusado do homicídio da avó, em Mafra, disse hoje fonte judicial, tendo o Ministério Público e a defesa pedido o seu internamento nas alegações finais.

MP e defesa pedem internamento de jovem acusado de matar avó em Mafra
Notícias ao Minuto

13:01 - 14/10/22 por Lusa

País Justiça

A leitura do acórdão ficou marcada para dia 20, disse à agência Lusa fonte ligada ao processo.

Nas alegações finais do julgamento, ocorridas na passada quinta-feira, o Ministério Publico (MP) e a advogada de defesa do arguido pediram que lhe fosse aplicada uma condenação em internamento psiquiátrico, por lhe ter sido diagnosticada esquizofrenia.

A mandatária pediu também que o arguido seja considerado inimputável, face à doença mental de que padece, e que o internamento não ocorra em ambiente de hospital prisional.

Na sessão, o coletivo de juízes da Comarca Lisboa Oeste ouviu ainda o arguido, que relatou os factos de que vem acusado, assumindo o crime, no contexto da descompensação por via da anomalia psíquica que possui.

O jovem, de 23 anos, a aguardar julgamento em internamento preventivo no Hospital Prisional de Caxias, está acusado pelo MP pelo homicídio qualificado na forma consumada e pelo crime de detenção de arma proibida.

De acordo com a acusação do MP, a que a agência Lusa teve acesso, no dia 15 de dezembro, pelas 15:30, o jovem estudante deslocou-se à residência da avó, na localidade de Gonçalvinhos, em Mafra (distrito de Lisboa), munido de duas malas e uma mochila com artigos pessoais, entre os quais duas facas de cozinha.

Após dialogar com a avó e de a acompanhar pelo quintal até à garagem, "por razões não apuradas, desferiu-lhe pelo menos 63 golpes", atingindo-a na cabeça, pescoço, tronco e abdómen e provocando-lhe lesões no coração, aorta, pulmões, diafragma, fígado, estômago e rim direito, entre outros órgãos.

O arguido sofreu ferimentos na mão direita. Ainda na casa da vítima, lavou as mãos e as facas na casa de banho, refere a acusação.

Depois, abandonou a habitação e conduziu um automóvel ligeiro até casa, em Mafra, de onde chamou o 112 a pedir auxílio e foi transportado, pelas 17:00, pelos bombeiros até ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, por causa dos ferimentos na mão.

Segundo o MP, o arguido, com esquizofrenia diagnosticada e em situação de descompensação, "agiu com extrema frieza de ânimo, motivado exclusivamente por um motivo fútil".

O corpo da vítima, de 82 anos, veio a ser encontrado pela mãe do arguido e filha da idosa perto das 18:00, por intermédio de terceiros.

Após a sua denúncia, o suspeito foi identificado e detido fora de flagrante delito pela Polícia Judiciária no hospital por fortes indícios da prática do crime de homicídio qualificado.

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