Trabalhadores das IPSS, Misericórdias e Mutalidades em greve na sexta
Os trabalhadores das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), das Misericórdias e das Mutualidades estão em greve na sexta-feira por aumentos salariais e valorização da carreira profissional, estando também marcadas concentrações.
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País IPSS
Os pré-avisos de greve foram apresentados por duas estruturas sindicais, um através do CESP -- Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, afeto à CGTP-In, e outro pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que diz respeito especificamente aos docentes que trabalham nas IPSS e Misericórdias.
Segundo a informação no site da CGTP-In e da responsabilidade do CESP, sexta-feira é "dia de luta dos trabalhadores do setor social".
"Quem trabalha numa IPSS sabe que os aumentos salariais dos últimos anos não repõem o poder de compra nem valorizam o seu trabalho", lê-se na informação, que alerta que desde 2017 que aos aumentos não têm efeitos retroativos a janeiro, "penalizando a generalidade dos trabalhadores".
Denuncia, por outro lado, a proposta da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade (CNIS) para que os salários sejam aumentados apenas a partir de julho e que todos os trabalhadores do apoio fiquem com salários abaixo dos 760 euros, ao mesmo tempo que "não aceitam assumir o compromisso de que em janeiro de 2023 todos os trabalhadores do setor serão aumentados e valorizados" face à subida do salário mínimo nacional (SMN).
"Em 2009, uma ajudante de ação direta de 1.ª recebia 106Euro acima do valor do SMN. A proposta da CNIS é que em 2022 esta trabalhadora receba apenas 41Euro acima do SMN", exemplifica, garantindo que não aceitam a desvalorização da profissão e que "a luta é o caminho".
Por outro lado, segundo o CESP, os trabalhadores das Misericórdias "são ainda mais desvalorizados", já que, "embora trabalhem de forma igual aos das IPSS, não têm os mesmos direitos nem salários que eles".
Em relação às Mutualidades, o CESP diz que estas estruturas "pretendem retirar direitos aos trabalhadores e não aplicar o CCT [Contrato Coletivo de Trabalho] para os Trabalhadores das IPSS", apontando como "inadmissível" que estas pessoas "com dezenas de anos de trabalho nas mutualidades continuem a receber o salário mínimo nacional, sem qualquer valorização do seu trabalho".
Nesse sentido, as exigências destes trabalhadores, que irão estar também concentrados, às 11:00, frente à CNIS do Porto e junto à sede da União das Misericórdias, em Lisboa, passam pelo aumento dos salários, a valorização da carreira profissional e a garantia da vigência do Contrato Coletivo de Trabalho a partir de janeiro de 2022.
O pré-aviso de greve da Fenprof diz respeito especificamente aos professores das IPSS e das Misericórdias, estando também marcada uma concentração, às 11:00, frente à sede da CNIS, no Porto, e frente ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em Lisboa.
"A CNIS e a UMP insistem numa política de baixos salários, sem valorização do trabalho e sem recuperação de rendimentos. Estas confederações patronais persistem num discurso de falta de financiamento sem reconhecer, aos docentes, o empenho e a disponibilidade que têm demonstrado", acusa a Fenprof.
De acordo com esta estrutura sindical, as reivindicações destes docentes são pela valorização salarial, aumentos salariais com efeitos a janeiro e pelo desbloqueamento da progressão da carreira para os educadores em creche.
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