"É uma memória agradecida porque é uma vida sempre muito fiel a si própria, aos seus sentimentos e pensamentos", afirmou Manuel Clemente, em declarações enviadas às redações.
O cardeal-patriarca de Lisboa concordou que Portugal "deve a pessoas como ele, pessoas íntegras e pessoas que se mantêm fieis ao seu pensamento quando é um pensamento assim tão verdadeiro e com tanta urgência" como "o pensamento social cristão".
Manuel Clemente afirma ter conhecido o antigo líder do CDS ainda nos anos de 1960 quando este visitava o lar universitário onde residia, lembrando que "fazia as suas considerações sobre o momento político nacional e internacional sempre com uma preocupação fortemente humanista".
"A última conversa que nós tivemos foi há uns 15 dias na casa dele e ele queria falar da sua preocupação sobre o futuro da doutrina social da igreja, ou seja, a fidelidade ao seu pensamento humanista cristão que teve sempre, em diversas fases, em vários regimes, mas muito fiel a si próprio. É uma homenagem agradecida que eu lhe faço", enalteceu.
O antigo presidente do CDS morreu hoje aos 100 anos, confirmou à Lusa fonte do partido.
Adriano Moreira foi ministro do Ultramar no período da ditadura (1961-1963) e deputado e presidente do CDS-PP já na democracia, mantendo sempre a ligação à universidade e à reflexão em matéria de Relações Internacionais.
Com 100 anos completados em 06 de setembro passado, foi condecorado pelo Presidente da República em junho com a Grã-Cruz da Ordem de Camões.
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