Estas posições foram transmitidas pelo ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva, através de uma mensagem vídeo, quando hoje se assinala o Dia das Nações Unidas.
De acordo com o presidente da Assembleia da República, quando se fala nas questões de paz e de segurança no mundo, quando se fala nas questões de desenvolvimento ou nos Direitos Humanos fala-se necessariamente nas Nações Unidas.
Augusto Santos Silva referiu depois que a adesão de Portugal às Nações Unidas é formalmente antiga, "vem desde 1955".
"Mas, de alma e coração, Portugal está nas Nações Unidas desde que se democratizou nos anos 70. Basta pensar que a primeira publicação oficial da Declaração Universal dos Direitos Humanos ocorreu apenas em 1978, ano em que Portugal aderiu formalmente aos dois pactos internacionais de direitos civis e políticos, económicos, sociais e culturais", observou.
Para Augusto Santos Silva, "num certo sentido, pode dizer-se que a adesão plena de Portugal aos ideais e prática das Nações Unidas é relativamente recente".
"Recente mas intensa. Portugal já participou por várias vezes no Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde desempenhou as suas responsabilidades sempre com acerto e eficácia. E basta pensar que o atual secretário-geral, António Guterres, é um português para se compreender bem o nível de implicação do país nesta organização", assinalou o presidente da Assembleia da República.
Na perspetiva do ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, a razão que justifica este empenhamento de Portugal "é simples".
"Muitos dos problemas que hoje temos no mundo - as alterações climáticas, a luta contra o terrorismo, ou as questões ligadas ao desenvolvimento sustentável - são problemas globais e comuns. São problemas que devemos enfrentar em conjunto. E o multilateralismo é isto, é nós concertarmos a nossa ação, cooperarmos uns com os outros para enfrentar em conjunto problemas e desafios que são comuns", sustentou.
Após esta referência ao multilateralismo político, Augusto Santos Silva acrescentou que "o espaço por excelência para praticar essa concertação é o das Nações Unidas".
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