Eleições no Brasil. Votação decorre com cor, música e cânticos no Porto
A cor, a alegria e os cânticos a favor ou contra Lula da Silva e Jair Bolsonaro, candidatos à presidência do Brasil, marcavam o ambiente que se vivia hoje no Instituto Politécnico do Porto (IPP), onde decorre a votação.
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A afluência, que foi elevada após a abertura das urnas, diminuiu à hora do almoço, mas os apoiantes dos dois candidatos mantinham a presença junto à entrada do IPP, separados pela estrada, entoando algumas "provocações" quase sempre em forma de cânticos.
"Lula é ladrão, roubou meu coração", gritavam os apoiantes de Lula, ao que os apoiantes de Bolsonaro respondiam "Lula é ladrão, seu lugar é na prisão".
Com este ambiente era difícil perceber "alguma hostilidade" que, quem ali se concentrava, dizia sentir.
À Lusa, Natália Machado considerou que a presença de tantos eleitores junto ao IPP refletia a bipolarização que se vive nestas eleições, embora "num ambiente democrático e ainda sem qualquer incidente" entre os dois grupos.
Esta eleitora defendeu que qualquer cidadão "deve lutar pela liberdade, pela democracia e pelo fim da violência".
Sobre a questão da violência que o candidato - e atual Presidente do Brasil - Bolsonaro diz ter diminuído no seu mandato, Natália Machado respondeu: "Todos sabemos que Bolsonaro é o rei das 'fake news' e que a verdade dele é diferente da do resto do mundo, basta ver o que se passa com a violência contra as mulheres, por exemplo".
"Toda a vez que vou ao Brasil sinto na pele essa questão da violência", acrescentou.
Fabiana Amigo, apoiante de Bolsonaro, disse querer "liberdade para combater a corrupção. Liberdade, Deus, pátria e amor".
"A realidade que se vive no Brasil é muito diferente da que passa aqui. Chega desse Lula ladrão", acrescentou.
Junto à fila longa, mas organizada e a andar rápido, Vitória Erthal, há quatro anos em Portugal, disse já ter votado e que, "se Deus quiser, o fascismo será vencido".
Segurando uma foto gigante de Lula, a 'drag queen' Mango Green congratulava-se com a "receção incrível" à sua chegada e contou à Lusa, depois de um direto que fez para o seu Instagram, que veio de Braga no "comboião da Democracia" junto com meia centena de apoiantes de Lula.
Veio há três anos para Portugal, para fazer doutoramento em Ciências Biomédicas que, devido à pandemia, não chegou a concluir, estando atualmente a trabalhar noutra área.
"Vivo feliz em Portugal e não penso regressar ao meu país", acrescentou.
Junto à porta do IPP, uma carrinha vendia camisolas, 'pins' e autocolantes de apoio a Lula da Silva.
Todo o material "esgotou ao final da manhã", disse à Lusa a nordestina Linda Moreira, referindo que já pediram reposição de 'stock' para responder "à lista de espera".
"O Nordeste ainda vai salvar o Brasil, você vai ver", disse.
Também Yan Pereira disse acreditar na vitória de Lula da Silva. "Acho que Bolsonaro não preza a educação, não olha para a saúde e é contra a ciência. Para o bem do meu país espero e acredito que Lula vença".
Na envolvente ao edifício do IPP onde se vota no Porto até às 17:00, era visível a presença de dezenas de agentes da PSP.
Em declarações à Lusa, um dos agentes disse que o ambiente tem sido "normal, tranquilo" e que a presença dos efetivos tem sido sobretudo para facilitar a circulação rodoviária.
Na primeira volta, o candidato Lula da Silva venceu no Porto, onde estão inscritos cerca de 30 mil eleitores.
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