Costa e Isabel dos Santos? "Anos de promiscuidade à vista de todos"

Para o criador da plataforma Football Leaks, que assumiu estar, também, por detrás do Luanda Leaks, o processo fez 'estalar' a relação entre o primeiro-ministro e Isabel dos Santos.

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Notícias ao Minuto
11/11/2022 20:47 ‧ 11/11/2022 por Notícias ao Minuto

País

Rui Pinto

O criador da plataforma eletrónica Football Leaks, e a cara por detrás do Luanda Leaks, Rui Pinto, considerou, esta sexta-feira, que já em 2016 se falava em “interferência e falta de transparência” no que dizia respeito à relação de António Costa, primeiro-ministro, e a empresária angolana Isabel dos Santos, que ‘estalou’ com o brotar da investigação à sua fortuna.

Em 2016, António Costa recebia de braços abertos Isabel dos Santos em São Bento. Logo aí surgiram reações adversas: interferência e falta de transparência, foram algumas das palavras utilizadas. Foram anos de promiscuidade à vista de todos que apenas terminaram com o Luanda Leaks”, escreveu o hacker português, num publicação na rede social Twitter, acompanhada por uma manchete do jornal Expresso, datada de março de 2016, onde se pode ler “Costa dá luz verde a Isabel dos Santos no BCP”.

O tema voltou a ser falado a propósito de um livro do ex-governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, que dá conta de que o antecessor de Mário Centeno foi pressionado para não retirar Isabel dos Santos do BIC.

Nessa linha, o primeiro-ministro admitiu, na quinta-feira, processar Carlos Costa, por ofensa à sua honra. "A única coisa que eu posso dizer é que, como é sabido, através do Observador, foram proferidas pelo doutor Carlos Costa declarações que são ofensivas da minha honra, do meu bom nome e da minha consideração", disse, em declarações aos jornalistas.

O responsável adiantou ter contactado Carlos Costa, que "não se retratou nem pediu desculpas".

"E, portanto, constituí como meu advogado o doutor Manuel Magalhães e Silva, que adotará os procedimentos adequados contra o doutor Carlos Costa, para defesa do meu bom nome, da minha honra e consideração. É a justiça também a funcionar", complementou.

No mesmo dia, o vice-presidente do Partido Social Democrata (PSD), António Leitão Amaro, apelou ao primeiro-ministro para que esclarecesse "se e porquê interferiu" junto do Banco de Portugal para "manter intocável Isabel dos Santos".

Por seu turno, o partido Chega anunciou que pedirá uma audição do antigo governador do Banco de Portugal, de modo a apurar se Costa tentou proteger a empresária angolana Isabel dos Santos, tendo contactado o PSD para constituir uma comissão de inquérito.

Já a deputada do PAN, Inês de Sousa Real, afirmou que, a comprovar-se a interferência, "é evidente que é grave" e, "sendo grave, o senhor primeiro-ministro vai ter de vir prestar esclarecimentos ao país sobre o assunto".

Recorde-se que o projeto de investigação à fortuna de Isabel dos Santos, conhecido como Luanda Leaks, foi o resultado de uma fuga de informação de mais de 715 mil ficheiros, que foram analisados por vários órgãos de comunicação social internacionais - como o The Guardian, a BBC e o jornal Expresso, em Portugal - contando com mais de 120 jornalistas. O processo apurou as centenas de benefícios conseguidos pela empresária angolana durante a presidência do seu pai, José Eduardo dos Santos.

Leia Também: Rui Pinto assume Luanda Leaks e nega autoria do blogue Mercado de Benfica

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