"Há uma grande ligação entre a vida e obra" do escritor, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, perante uma plateia de mais de uma centena de alunos, defendendo que José Saramago "foi militante das suas causas, da sua vida e da sua obra".
Depois de ler dois excertos do romance 'Memorial do Convento', inspirado na construção do Palácio Nacional de Mafra, o chefe de Estado questionou os jovens sobre os motivos pelos quais o escritor deixou marca e a sua obra foi lida por tanta gente.
Marcelo Rebelo de Sousa, que contou ter sido convidado pelo escritor para o lançamento do seu livro 'Ensaio sobre a Cegueira', considerou que Saramago "quis escrever para ser entendido", por isso "escreveu como se fala, numa linguagem coloquial", sem pontos.
O Presidente da República sublinhou a "persistência", "consistência" e "determinação do escritor e falou de como Saramago "se preparava para a escrita" das suas obras, efetuando um verdadeiro "trabalho oficinal", para ser rigoroso em "contar a verdade" na sua história.
Incitando a ler os jovens da Escola Secundária José Saramago, em Mafra, no distrito de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "quanto mais lerem, maior é o conhecimento e a maneira de falar com os outros".
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