MNE disponível para diálogo com sindicato que marcou greve nos consulados
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português manifestou hoje a sua "disponibilidade permanente" para o diálogo com o sindicato dos trabalhadores nas missões diplomáticas e postos consulares, que hoje anunciou a marcação de uma greve de seis semanas.
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País Diplomacia
Questionado pela Lusa sobre a greve decretada pelo STCDE - Sindicato dos Trabalhadores Consulares, das Missões Diplomáticas e dos Serviços Centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros contra, entre outros temas, "a inércia do Governo em aprovar novas tabelas salariais aplicáveis a todos os trabalhadores", o MNE mostrou-se empenhado no diálogo.
"A valorização dos profissionais da área governativa dos Negócios Estrangeiros está no centro da atenção deste ministério, ciente de que a formulação, coordenação e execução da política externa portuguesa, em todas as suas dimensões, assenta em recursos humanos reforçados e reconhecidos", refere o MNE.
E prossegue com os resultados do trabalho realizado, nomeadamente a aprovação da portaria n.º 790/2022, que vem publicar as percentagens de correção cambial para o segundo semestre de 2022.
A portaria relativa às perdas acumuladas do Brasil, que será brevemente publicada, foi hoje consensualizada, segundo o MNE português.
Em relação ao novo mecanismo de correção cambial, "que vai ao encontro das reivindicações dos funcionários", este "foi entregue ao Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas para auscultação e comentários".
O MNE assinala "a continuidade do trabalho para a revisão das tabelas salariais, cuja proposta está a ser articulada com outras áreas governativas, após a qual se dará início, de imediato, a uma negociação".
Segundo o STCDE, foi precisamente após a reunião com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, que o sindicato decidiu avançar para a greve.
Deste encontro, disse, os representantes sindicais saíram com "uma mão cheia de nada", o que os levou a abandonar as negociações, que decorrem "há mais de dois anos".
"Não podemos estar num diálogo de mudos", afirmou o secretário-geral adjunto do STCDE, Alexandre Vieira, acusando o Governo português de não concretizar os acordos que foram feitos nos últimos tempos, em várias matérias.
Sobre a greve, que decorrerá entre 05 de dezembro deste ano e 12 de janeiro de 2023, o sindicalista admitiu que "é longa", a primeira a ser marcada nos últimos 10 anos, e que vai causar "um caos tremendo, que já existe com a falta de recursos humanos, mas vai haver um caos em todos os postos".
"Esta greve vai afetar, mas muito, as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo", referiu, acrescentando: "O Governo tem até dia 05 para resolver esta situação".
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