Ordem dos Advogados considera situação de imigrantes no Alentejo "grave"
A Ordem afirmou estar a acompanhar de perto a alegada escravatura de centenas de trabalhadores imigrantes em campos agrícolas no Alentejo.
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País Imigrantes
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados (CDHOA) está a "acompanhar de perto o cenário de alegada escravatura de centenas de trabalhadores imigrantes em campos agrícolas no Alentejo, hoje [quarta-feira] revelado e desmantelado pela operação da Policia Judiciária (PJ) em curso".
Em comunicado, a que o Notícias ao Minuto teve acesso, os crimes em questão são considerados como "graves, perturbantes e impróprios do século XXI", que "ferem os direitos humanos destes trabalhadores, vitimas de tráfico de seres humanos, associação criminosa, branqueamento de capitais e falsificação de documentos". Por isso, a CDHOA "está já a aferir das condições de dignidade, de vida e profissionais negadas a estes imigrantes, realçando que se coloca completamente disponível para prestar todo o apoio legal sonegado a estas vitimas, que estão a ser ouvidas pelas autoridades para memória futura, de forma a que sejam urgentemente assegurados os seus direitos".
De recordar que uma megaoperação da Polícia Judiciária (PJ), levada a cabo nesta quarta-feira, contando com mais de 400 inspetores que realizaram cerca de 65 buscas no Baixo Alentejo, resultou na detenção de 35 pessoas. As suspeitas, avançou a CNN Portugal, são de tráfico de seres humanos, associação criminosa e branqueamento de capitais.
A PJ revelou, em comunicado, que os suspeitos pertencem a uma rede criminosa "dedicada à exploração do trabalho de cidadãos imigrantes, na sua maioria, aliciados nos seus países de origem, tais como, Roménia, Moldávia, Índia, Senegal, Paquistão, Marrocos, Argélia, entre outros, para virem trabalhar em explorações agrícolas naquela região do nosso país".
Em jeito de conclusão, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados alerta que "situações como esta são um problema seríssimo e preocupante de potencial violação de direitos humanos para com a população migrante que escolhe o nosso pais para trabalhar - e que importa resolver - apontando o dedo à ausência de uma politica concertada de acolhimento a cidadãos estrangeiros, que prejudica também gravemente a reputação internacional de Portugal".
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