Na ação de protesto convocada pelo Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos e promovida pela Comissão de Utentes do Serviço Nacional de Saúde do Barlavento do Algarve, os manifestantes ostentaram cartazes em que se lia "Não aos encerramentos da maternidade, da obstetrícia da pediatria no Hospital de Portimão", "A saúde é um direito" e "Não à degradação da saúde".
A falta de médicos para preencher as escalas de serviço tem gerado, no último ano, encerramentos temporários da maternidade e dos serviços de urgência de obstetrícia e de pediatria no Hospital de Portimão, uma das três unidades que fazem parte do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, juntamente com os hospitais de Faro e de Lagos.
"É necessário um maior investimento no setor da saúde no Algarve, para evitar os constrangimentos e encerramento de serviços hospitalares cada vez mais frequentes em Portimão", disse à Lusa Bruno Luz, da comissão promotora do protesto.
De acordo com o membro do movimento cívico, "o que se exige ao Governo é um investimento maior, no sentido de que se possam criar condições que permitam fixar médicos e enfermeiros na região".
"Neste momento, como temos ouvido pelos médicos, não existem condições atrativas para que não só os médicos, mas também outros profissionais, se fixem no Algarve", apontou.
Segundo Bruno Luz, a falta de profissionais "tem gerado uma degradação dos cuidados de saúde nos hospitais e centros de saúde da região algarvia, sem que o Governo tome medidas concretas para resolver a situação".
"É um problema que tem vindo a agravar-se ano após ano, com uma passividade não compreensível dos responsáveis políticos, nomeadamente de quem tem responsabilidade governativa", sublinhou.
Os protestos, recordou, "não são de agora, repetem-se há vários anos, com alertas constantes para a degradação do SNS [Serviço Nacional de Saúde]".
Para os utentes, "é a degradação do SNS que tem feito com que muitos profissionais de saúde saiam para o setor privado, agravando as condições do serviço público".
O movimento cívico exige ao Governo "medidas concretas e imediatas para resolver os problemas há muito identificados e que comprometem a assistência médica, não só da população algarvia como dos muitos turistas que escolhem o Algarve para as suas férias".
Bruno Luz afirmou que os movimentos cívicos de cidadãos que defendem "mais e melhores cuidados de saúde vão continuar com protestos, até que o Governo tome medidas concretas para acabar com o encerramento de serviços".
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