Proteção Civil alerta: "Não é de descartar inundações em meio urbano"
A Proteção Civil realizou um novo ponto de situação sobre o mau tempo que está a afetar o país.
© CARLOS COSTA/AFP via Getty Images
País Proteção Civil
O comandante nacional da ANEPC, Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), André Fernandes, alertou, esta segunda-feira, que devido às fortes chuvas previstas para esta noite “não é de descartar inundações em meio urbano” e pediu à população para limitar as suas deslocações no período noturno apenas ao que “é estritamente necessário”.
Na conferência de imprensa, em Carnaxide, o responsável referiu que foram registadas um total de 666 ocorrências entre as 00h e as 19h desta segunda-feira, referentes ao mau tempo. Os distritos de Viseu, Porto, Lisboa, Coimbra, Braga e Aveiro foram os mais afetados e a maior parte das ocorrências esteve relacionada com queda de árvores e inundações em meio urbano.
Está previsto um "quadro meteorológico severo com maior incidência" a partir das 23h de hoje até às 6h da amanhã, com a Proteção Civil a alertar para os ventos fortes nas zonas altas, que poderão atingir os 100 quilómetros por hora, e para a agitação marítima.
"A precipitação será intensa, com maior incidência nos distritos de Castelo Branco, Leiria, Santarém, Portalegre, Lisboa, Setúbal, Évora e Beja. Contudo, será generalizada no território continental, sendo pontualmente forte em grande parte do país", afirmou o comandante, acrescentando que "não é de destacar inundações em meio urbano - aldeias, vilas e cidades".
Já do ponto de vista da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), na bacia hidrográfica do Minho "poderão ocorrer inundações nas áreas de maio risco", nomeadamente Caminha, Monção e Valença. No Lima, poderão ocorrer inundações em Arcos de Valdevez e Ponte da Barca. No que diz respeito à bacia hidrográfica do Cávado, espera-se cheias em Braga e Barcelos, e no Ave "poderão ocorrer inundações pontuais em Santo Tirso".
No Douro, poderá "haver alguma situação de pressão" devido à precipitação "que se faz sentir não só em território continental, como em território espanhol". Na bacia hidrográfica do Vouga, poderá "ocorrer uma subida do rio Águeda", que poderá levar a "alguma inundação" em São Pedro do Sul. No Mondego, existe também um "aumento do caudal significativo", sendo que o rio Liz, em Leiria, poderá ser o mais afetado, motivo pelo qual foi emitido um aviso laranja.
No Tejo, dá-se destaque ao rio Nabão, em Tomar, rio Sorraia e afluências nas ribeiras de Seda e Soure. Já na Área Metropolitana de Lisboa, destaca-se particularmente o rio Trancão, nos concelhos de Loures e Odivelas.
No Oeste, "poderão sofrer inundações" no rio Sizandro, em Torres Vedras, rio Grande, na Lourinhã, rio Alcoa, em Alcobaça, rio Alcabrichel, no Vimeiro, rio Arnóia, nas Caldas da Rainha, e rio Alenquer, em Alenquer.
No Sado, nomeadamente em Setúbal, mantém-se o alerta para a ribeira do livramento. A mesma medida será tomada para o rio Degebe, em Évora, situada na bacia hidrográfica do Guadiana.
Sobre o Algarve, André Henriques sublinhou que as ribeiras "serão sempre suscetíveis a algum episódio pontual de precipitação.
Apela-se à população e aos cidadãos em geral para terem cuidado nas suas deslocações. No período noturno [devem] diminuir ao máximo as suas deslocações, só o que for estritamente necessário e, durante o dia de amanhã, com as deslocações ao trabalho, garantir aquilo que são as condições de segurança", alertou.Sublinhe-se que quatro distritos do continente estão, esta segunda-feira, sob aviso laranja devido à previsão de chuva persistente, por vezes forte e ocasionalmente acompanhada de trovoada, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Já ao início da tarde de hoje, a Câmara Municipal de Lisboa - um dos concelhos mais afetados pelas fortes chuvas da semana passada - alertou que o alerta laranja estará em vigor das 21h de hoje às 9h de amanhã, “com chuva por vezes forte acompanhada de trovoada”. O período mais crítico será entre as 00h e as 9h.
A autarquia apelou "à população para que tome precauções redobradas e siga os conselhos dos serviços municipais de Proteção Civil" e assegurou que "os agentes de Proteção Civil da cidade e os serviços operacionais municipais e das juntas de freguesia estão de prevenção para a mais pronta resposta à cidade".
Já a Proteção Civil, ao contrário do realizado na semana passada, enviou mensagens por telemóvel (SMS) à população da região de Lisboa, com aviso sobre o mau tempo esperado para as próximas 24 horas. A mesma mensagem já tinha sido enviada à população do Norte, com alerta para as próximas 48 horas.
[Notícia atualizada às 20h49]
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