"Estarei certamente no boletim eleitoral", disse o reitor da Universidade de Coimbra (UC), numa entrevista à Lusa, a propósito do balanço do atual mandato.
Amílcar Falcão disse esperar durante a época festiva desenhar o programa com que se vai candidatar (tem de apresentar candidatura até 2 de janeiro de 2023), que será de continuidade, mas que terá "novos vetores, que apareceram com as dinâmicas que estes quatro anos mostraram".
O reitor da UC considerou que, apesar de a pandemia ter afetado os planos da sua equipa, foi possível cumprir 85% daquilo a que se tinha proposto.
Considerou também que algumas propostas acabaram por ser aceleradas por causa da pandemia, como foi o caso da desmaterialização e digitalização de toda a universidade.
"A pandemia empurrou-nos para uma intervenção muito mais ativa nesse campo", disse, realçando que o edifício digital da UC, neste momento, permite à instituição ter "autonomia a vários níveis", não precisando de plataformas como o Zoom ou o Teams, contando com as suas próprias ferramentas, que interagem com a base de dados académica.
A UC conseguiu também recuperar os registos pré-pandemia, em áreas como a mobilidade e os estudantes internacionais, faltando o turismo, em que ainda se sente uma quebra de 25% a 30%.
Na área da investigação, o responsável realçou a capacidade de captação de financiamento competitivo, que tem crescido ao longo dos tempos.
"No Horizonte 2020 fomos a entidade autónoma que mais angariou dinheiro -- mais de 40 milhões de euros. Com o Horizonte Europa [novo programa], em dois anos, já vamos com 25 ou 26 milhões de euros angariados. Temos já mais de metade do financiamento que conseguimos nos outros sete anos".
De acordo com Amílcar Falcão, a construção do edifício UC Biomed, um investimento de cerca de 20 milhões de euros, "avança no ritmo previsto".
Aquela "obra de grande envergadura" deve estar concluída no final de 2023 e com os primeiros investigadores no local no primeiro trimestre de 2024.
Questionado sobre a Entidade para a Transparência, que se previa instalar-se no Palácio dos Grilos, da UC, Amílcar Falcão realçou que a primeira das três fases de requalificação do edifício exigidas pelo Tribunal Constitucional deve terminar em janeiro.
"Foi feito um plano. Entretanto, o Governo mudou, mudaram os interlocutores e durante algum tempo não tivemos sequer interlocução. Porque queríamos recuperar o edifício, avançámos com a fase 1 de recuperação, que iríamos fazer independentemente de a entidade vir ou não. Avançámos com receitas nossas", frisou o reitor, referindo que a Universidade de Coimbra "nunca foi o obstáculo" para a vinda da Entidade para a Transparência para a cidade.
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