O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reiterou, esta terça-feira, que continua à espera, à semelhança do Governo e dos portugueses, de esclarecimentos da TAP sobre a polémica que envolve a secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis.
"Estamos à espera de esclarecimentos e vamos esperar. Os senhores ministros estão à espera, o senhor primeiro-ministro está à espera, eu estou à espera e, sobretudo, os portugueses estão à espera, porque em Democracia, de facto, é muito importante que os portugueses sejam esclarecidos", afirmou Marcelo, em declarações aos jornalistas.
"Vamos esperar, como houve este período de festas, vamos esperar que o mais breve possível surja o esclarecimento sobre efetivamente aquilo que se pretende saber, como se passou, para cada qual, à sua maneira, formular o juízo sobre essa matéria", acrescentou.
Interrogado sobre se o período de espera não está a ser demasiado longo, o Presidente da República notou que, "normalmente", é "muito impaciente", mas que tem "aprendido" na vida cívica a tornar-se paciente. Assim, deixou claro: "Pacientemente espero".
"Parto para o Brasil no dia 30, pode ser que até à partida para o Brasil surja o esclarecimento", indicou, sublinhando que já teve "ocasião" de dizer que os esclarecimentos eram importantes "o quanto antes", uma opinião que, segundo Marcelo, parece ser partilhada pelo primeiro-ministro, ministros das Finanças e das Infraestruturas e portugueses.
Perante a insistência dos jornalistas, Marcelo acrescentou: "Não vou comentar, vou esperar, para depois, eventualmente, comentar o próprio facto de [a TAP] ter demorado muito tempo a explicar".
Marcelo acabou ainda por confirmar que já falou com António Costa sobre este assunto, adiantando que disseram "um ao outro" o que também já havia sido aos jornalistas, que continuam "à espera de esclarecimentos".
Recorde-se que o Correio da Manhã noticiou, na edição de sábado, que a secertária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, recebeu uma indemnização no valor de 500 mil euros por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da TAP, quando ainda tinha de cumprir funções durante dois anos.
No seguimento desta notícia, na segunda-feira, o ministro das Finanças, Fernando Medina, e Pedro Nuno Santos emitiram um despacho onde pediram à administração da TAP "informações sobre o enquadramento jurídico do acordo" celebrado com a secretária de Estado.
Já hoje, o primeiro-ministro afirmou à Lusa que "desconhecia em absoluto os antecedentes" e pediu esclarecimentos sobre a indemnização atribuída pela TAP a Alexandra Reis.
[Notícia atualizada às 19h34]
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