Em conferência de imprensa nos Paços do Concelho de Lisboa, Carlos Moedas detalhou o montante total dos prejuízos provocados pelo mau tempo em dezembro, em que 34 milhões de euros (70%) correspondem a danos em equipamentos e infraestruturas públicas da cidade e 15 milhões de euros (30%) dizem respeito a estragos em atividades económicas, comércio e serviços e habitações privadas.
Destacando os apoios do município para fazer face aos prejuízos na cidade, num total de cerca de três milhões de euros para famílias e atividades económicas, o autarca de Lisboa reforçou que é preciso "ajuda máxima" do Governo, esperando que a "instabilidade enorme" no executivo nacional "não prejudique a rapidez" no apoio.
Entre os 15 milhões de euros de prejuízos em bens privados, foram contabilizados 3,8 milhões em habitações, com 279 registos de situações, e 11,2 milhões em atividades económicas (comércio e empresas), com 338 ocorrências, segundo os dados apresentados pelo presidente da câmara.
Relativamente a bens públicos, com prejuízos no valor total de 34 milhões de euros, há estragos em equipamentos do município, com 112 ocorrências, no montante de 24,3 milhões; em equipamentos das juntas de freguesia, com 47 situações, que somam 3,5 milhões; em infraestruturas da câmara, com 103 casos, que contabilizam 3,4 milhões; e em infraestruturas das juntas de freguesia, com 45 registos, no valor 2,6 milhões.
Neste âmbito, Carlos Moedas destacou os apoios do município para ajudar as atividades económicas e as famílias da cidade afetadas pelos dois eventos que ocorrem em dezembro e que "corresponderam às chuvas de 100 anos, ou seja, a probabilidade daquelas chuvas acontecerem em Lisboa era a probabilidade de acontecerem apenas de 100 em 100 anos, aconteceram numa semana duas vezes".
Os apoios municipais são disponibilizados através do preenchimento de formulários na página da Internet da Câmara de Lisboa: https://www.lisboa.pt/recuperarmais/.
Em 21 de dezembro, a Câmara de Lisboa aprovou a atribuição de um total de 2,26 milhões de euros à Caritas Diocesana de Lisboa e à Cruz Vermelha Portuguesa, para apoiar proprietários ou arrendatários de habitações afetadas pelas recentes intempéries na cidade, em que se prevê "um apoio financeiro de 1.000 euros por agregado familiar", valor que passa para 2.000 euros sempre que a família integre idosos (maiores de 65 anos) ou crianças e jovens (menores de 18 anos).
O município decidiu, também, disponibilizar 740 mil euros para apoiar o comércio local afetado pelas intempéries na capital, através do Recuperar + | Programa de Apoio ao Comércio Local, que se traduz na "atribuição de comparticipação financeira de 20% do valor da reparação, aquisição de equipamentos, reposição de 'stocks' danificados ou das obras necessárias (sem IVA incluído) até ao limite máximo de 10.000 euros por candidato".
Para a realização do levantamento de prejuízos do mau tempo, a Câmara de Lisboa disponibilizou, entre 14 e 21 de dezembro, formulários no 'site' do município, através de https://www.lisboa.pt/levantamento-danos, para as pessoas individuais, comerciantes, empresários da restauração e associações registarem os danos em habitações e em atividades económicas.
Vários distritos do continente, em particular Lisboa, foram afetados por chuvas fortes no mês de dezembro, com grandes inundações, dezenas de desalojados e prejuízos de milhões de euros.
Em 09 de dezembro, para avaliar o impacto das cheias registadas entre 07 e 08 de dezembro, o Governo reuniu com 11 dos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML): os nove da margem norte do rio Tejo - Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras, Sintra e Vila Franca de Xira -- e dois da margem sul - Seixal e Almada.
Nessa altura, o Governo anunciou que vai apoiar os municípios afetados pelo mau tempo de dezembro, devendo as autarquias fazer o levantamento dos prejuízos até, no máximo, 15 de janeiro.
Desde então e até ao momento, Loures contabilizou um total de 32 milhões de euros de prejuízos do mau tempo verificado em dezembro, Oeiras somou 19 milhões (ainda estão por contabilizar os danos verificados em habitações privadas), Cascais indicou cerca de 18,2 milhões, Odivelas anunciou cerca de sete milhões e Amadora apontou cerca de dois milhões.
[Notícia atualizada às 17h23]
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