"A secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, apresentou, esta tarde, a sua demissão por entender não dispor de condições políticas e pessoais para iniciar funções no cargo. A demissão foi prontamente aceite."
A informação foi enviada, esta quinta-feira, às redações, através de um comunicado do gabinete da Ministra da Agricultura e Alimentação. Carla Alves esteve pouco mais de 24 horas no cargo.
Momentos antes da demissão, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que, com "os factos conhecidos", o 'caso' Carla Alves não tem "inconstitucionalidades". "Do ponto de vista do direito não é arguida, acusada… Neste momento, não há nenhum caso de inconstitucionalidade", frisou o chefe de Estado, assumindo, contudo, que "é evidente que é um peso político negativo".
"Alguém que tem uma ligação familiar próxima com alguém acusado num processo de uma determinada natureza, à partida, tem uma limitação política", afirmou ainda o Presidente da República.
O que está em causa?
De recordar que o Correio da Manhã noticiou hoje o arresto de contas conjuntas que a nova secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, tem com o marido e ex-autarca de Vinhais, Américo Pereira, informação divulgada menos de 24 horas depois da tomada de posse da governante.
O Ministério Público acusou de vários crimes e mandou arrestar bens do advogado e antigo autarca socialista, que saiu da liderança do município em 2017, num processo de mais de 4,7 milhões de euros que tem mais três arguidos.
Em causa estão vários negócios celebrados entre 2006 e 2015, que envolvem também uma sociedade, um empresário e o reitor do antigo seminário deste concelho do distrito de Bragança.
De acordo com a investigação, foram detetadas nas contas do casal ao longo de vários anos divergências entre os valores depositados e declarados.
[Notícia atualizada às 20h07]
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