Marcelo Rebelo de Sousa falou, na noite deste domingo, com Lula da Silva, o presidente do Brasil, onde o chefe de Estado brasileiro agradeceu a "condenação e repúdio" demonstrados pelo nosso país face aos atos que decorreram em Brasília.
"O Presidente da República Federativa do Brasil, Lula da Silva, falou telefonicamente com o Presidente da República, agradecendo a sua manifestação pública pela condenação e repúdio dos atos praticados em Brasília, tendo enaltecido o facto de Portugal ter sido o primeiro país a fazê-lo", pode ler-se numa nota publicada no site da Presidência da República.
"O Presidente da República considera que estes atos, além de inconstitucionais e ilegais, são inadmissíveis e intoleráveis em democracia, reforçando o apoio e a total solidariedade de Portugal para com o poder legitimamente eleito no Brasil", destaca ainda a mesma mensagem.
Recorde-se que, já na noite deste domingo, Marcelo Rebelo de Sousa tinha entrado em direto no Jornal da Noite da SIC, para comentar o momento que se vive em Brasília: "É de repúdio por estes atos inconstitucionais e ilegais a que todos assistimos", sublinhou, demonstrando, por outro lado "solidariedade total relativamente à legitimidade democrática atribuída pelo povo brasileiro".
"Estamos perante factos inadmissíveis e intoleráveis em Democracia e Portugal, todo ele - o Governo já o fez, em conjugação com o Presidente da República - testemunha aquilo que é a posição do país, tenho a certeza que será a posição da CPLP e da União Europeia, relativamente a um poder legitimamente investido e que, como tal, deve ser reconhecido", asseverou ainda.
Nas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, o "mandato" no Brasil - de Lula da Silva - "iniciou-se, com legitimidade democrática, e todos os atos que venham a ter carácter inconstitucional e ilegal são inaceitáveis". "E é bom que fique claro".
De recordar que o Presidente brasileiro decretou a intervenção federal em Brasília depois de centenas de apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro terem invadido e vandalizado o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), sedes dos poderes legislativo, executivo e judicial.
Os manifestantes, que furaram as barreiras de proteção da polícia, pedem uma intervenção militar para derrubar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma semana após a sua tomada de posse.
A Polícia Militar conseguiu, entretanto, recuperar o controlo da sede do STF e o chefe de Estado brasileiro prometeu que todos os responsáveis pelas invasões serão punidos.
[Notícia atualizada às 22h15]
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