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Sete militares da GNR condenados por torturar imigrantes em Odemira

Apenas um dos militares da GNR vai cumprir pena de prisão efetiva.

Sete militares da GNR condenados por torturar imigrantes em Odemira
Notícias ao Minuto

15:22 - 10/01/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

País Odemira

Sete militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) foram condenados, esta terça-feira, por torturar imigrantes no concelho de Odemira, avançou a RTP. Dos sete, apenas um foi condenado a cumprir prisão efetiva - seis anos -, enquanto os restantes foram condenados a penas suspensas.

Na sessão de leitura do acórdão, realizada esta tarde, o presidente do coletivo de juízes condenou os sete arguidos a penas de prisão que, em cúmulo jurídico, variam entre um ano e três meses e os seis anos.

Os militares eram acusados de um total de 32 crimes contra imigrantes em Odemira, desde agressões, sequestro e abuso de poder.

Segundo o Jornal de Notícias, o militar condenado a seis anos de prisão efetiva foi Rúben Candeias, militar do posto de Vila Nova de Milfontes. Candeias era o arguido pronunciado por mais crimes - cinco de ofensa à integridade física, quatro de abuso de poder e um de sequestro.

A RTP acrescenta que o militar com prisão efetiva foi também condenado a uma pena acessória de três anos e seis meses de suspensão de funções militares.

Em declarações à agência Lusa, o advogado de Rúben Candeias, António Alves, disse que ainda vai analisar o acórdão do coletivo de juízes, antes de decidir se recorre da decisão, mas considerou-a, numa primeira análise, excessiva.

"Só depois da leitura é que podemos aferir se temos bases para recorrer e em que moldes o vamos fazer", disse, frisando que "qualquer pena de prisão efetiva é excessiva".

Segundo António Alves, Rúben Candeias foi condenado por um total de sete crimes, um deles de sequestro agravado, cinco de ofensas à integridade física qualificada e um de abuso de poder, ou seja, "foi absolvido de três crimes de abuso de poder".

O julgamento arrancou a 30 de novembro do ano passado e teve duas outras sessões, a última das quais dedicada às alegações finais, em 19 de dezembro.

O processo tem como arguidos os militares Rúben Candeias, Nelson Lima, Diogo Ribeiro, Nuno Andrade, João Lopes, Carlos Figueiredo e Paulo Cunha.

Segundo a acusação do MP, o processo envolve quatro casos de sequestro e agressão de imigrantes por militares da GNR, então colocados no Posto Territorial de Vila Nova de Milfontes, em Odemira (Beja), ocorridos entre setembro de 2018 e março de 2019.

Rúben Candeias, João Lopes e Nelson Lima são os três arguidos já condenados num anterior processo, em julho de 2020, o qual transitou em julgado, envolvendo agressões a imigrantes em Odemira.

Este novo processo teve origem quando a Polícia Judiciária apreendeu os telemóveis de cinco militares suspeitos desses maus-tratos a imigrantes e encontrou vídeos e imagens, em que se vê imigrantes a serem alegadamente agredidos, humilhados e torturados.

A generalidade dos advogados argumentou que, sem prova testemunhal, os vídeos não permitem provar os factos imputados aos arguidos.

[Notícia atualizada às 18h09]

Leia Também: GNR acusados de torturar imigrantes em Odemira conhecem hoje acórdão

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