Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, a Câmara de Vila Nova de Cerveira, no distrito de Viana do Castelo, adiantou que os "principais trabalhos de recuperação ambiental da antiga mina foram realizados há 15 anos" e que, agora, a EDM "vai avançar com a implementação de medidas adicionais de controlo e separação entre águas pluviais e as escombreiras existentes, o que tem motivado dezenas de queixas de entidades políticas e de associações ambientalistas".
Desativadas desde os anos 80 do século XX, as antigas minas de volfrâmio de Covas foram oficialmente seladas em 2008, após conclusão da intervenção de requalificação realizada pela EDM, num investimento de 1,6 milhões de euros.
No entanto, o estado das minas nunca deixou de preocupar o poder autárquico local e os ambientalistas da região, que exigiam a selagem de toda a área por existirem episódios de drenagem para o rio Coura, colocando em causa os impactos da degradação da obra sobre o ambiente, a saúde e a segurança das populações.
A apresentação pública do projeto de recuperação ambiental das antigas minas vai decorrer na quarta-feira, às 11:00, na sede da Junta de Freguesia de Covas, com a presença dos presidentes da EDM, Gonçalo Rocha, e da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira.
O "projeto de fase complementar da remediação ambiental da antiga área mineira de Covas assume, em traços gerais, o compromisso de minimizar a geração de águas ácidas, mas também de assegurar uma adequada recolha e tratamento passivo das águas contaminadas previamente à sua drenagem para a ribeira do Poço Negro e do rio Coura".
O município acrescenta que "a importância histórico-patrimonial da intervenção e o montante estimado de dois milhões de euros motivam a realização de uma apresentação pública, seguida de sessão de esclarecimento junto da comunidade de Covas, com o intuito de dar a conhecer, de forma pormenorizada, os próximos passos e respetiva calendarização".
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira, citado na nota, o objetivo é "responder às pretensões dos covenses de encontrar e implementar uma resolução definitiva para um impasse que já se arrasta há 40 anos".
"A freguesia de Covas é sobejamente conhecida pelo seu património natural, e toda a riqueza que daí se pode extrair ao nível turístico, mas continua a ter uma mancha negra com esta situação mal resolvida na antiga área mineira", destaca Rui Teixeira.
A "antiga área mineira de Covas insere-se na bacia hidrográfica do rio Minho, mais concretamente na unidade hidromorfológica do Baixo Coura, que corresponde à zona inferior da bacia do rio Coura e a uma pequena faixa litoral a Norte do rio Âncora".
As minas são atravessadas por diversas linhas de água, afluentes do rio Coura, nomeadamente o ribeiro da Ponte Brasil (ribeiro da mina) e o ribeiro do Poço Negro (ribeiro da lavaria).
A área mineira envolve igualmente outras antigas minas, como Fervença (céu aberto) e Cerdeirinha (céu aberto e subterrânea), no então designado "Couto Mineiro de Valdarcas nº 58", outorgado à Geomina Lda., numa área global de 427,35 hectares, onde decorreu, de forma regular, entre 1952 e 1984, a exploração mineira.
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