Câmara de Lisboa alvo de buscas. Medina assinou nomeação suspeita

Enquanto autarca, Fernando Medina nomeou uma empresa de Joaquim Morão para consultoria das obras de requalificação da cidade, num negócio que está a ser investigado pelas autoridades.

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Hélio Carvalho com Lusa
18/01/2023 21:04 ‧ 18/01/2023 por Hélio Carvalho com Lusa

País

Fernando Medina

A Polícia Judiciária (PJ) fez buscas no departamento de Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, na terça-feira, dia 17, por suspeitas de corrupção numa nomeação para prestação de serviços assinada pelo então autarca - e agora Ministro das Finanças - Fernando Medina.

Segundo avançou esta quarta-feira a CNN Portugal/TVI, o esquema investigado envolve a Câmara de Lisboa, entre os anos de 2015 e 2016, quando a liderança da autarquia mudou de António Costa para Fernando Medina.

"Qualquer esclarecimento deverá ser prestado pelas autoridades judiciais", disse à Lusa fonte oficial da Câmara Municipal de Lisboa, confirmando apenas as buscas no departamento de Urbanismo.

Na terça-feira, as autoridades fizeram buscas na autarquia por suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e falsificação. Em causa está um alegado caso de viciação de regras para que a autarquia lisboeta contratasse um antigo militante do Partido Socialista, Joaquim Morão, para a gestão das obras da cidade.

O Ministério Público crê, segundo o mesmo canal de televisão, que o negócio teria como objetivo angariar dinheiro em obras públicas, através de subornos a empreiteiros e empresários, para o financiamento de estruturas do PS.

Medina terá assinado um despacho, enquanto autarca de Lisboa, em que nomeou uma empresa de Joaquim Morão para serviços de consultoria das obras de requalificação da cidade.

Os alvos das buscas foram Joaquim Morão, antigo autarca de Castelo Branco e de Idanha-a-Nova, e António Realinho, amigo do socialista e empresário na cidade. Além da Câmara de Lisboa, foram feitas buscas às casas e empresas dos dois empresários.

Em declarações à TVI, Fernando Medina disse não ter conhecimento de qualquer investigação, acrescentando apenas que "os processos de contratação da Câmara Municipal de Lisboa eram instruídos pelos serviços competentes para contratação, no cumprimento das normas aplicáveis".

O Notícias ao Minuto questionou o Ministério Público, mas ainda não obteve resposta.

Leia Também: Paulo Cafôfo diz desconhecer "qualquer facto" que o possa incriminar

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