O Presidente da República deixou claro, esta quinta-feira, que não irá participar nas próximas reuniões sobre a organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), nomeadamente na reunião sobre o corte dos custos do evento, por entender que "não tem responsabilidade no assunto", mas garantiu que irá manter-se a par dos próximos passos.
Marcelo Rebelo de Sousa que falava aos jornalistas à porta do Cineteatro Capitólio, em Lisboa, afirmou que, agora, "vamos esperar por essas reuniões em que estarão envolvidas as entidades que sejam decisivas", referindo que "o Presidente não tem responsabilidade".
"Obviamente que serei mantido ao corrente daquilo que se passar", apontou.
O chefe de Estado abordou ainda o esclarecimento de D. Américo Aguiar, bispo-auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ, que afirmou que o Presidente, afinal, desconhecia o valor concreto do palco em que irá discursar o Papa Francisco. "Está esclarecido, D. Américo Aguiar acabou de dizer, desmentindo a nota do Patriarcado, que o Presidente da República não sabia o valor do altar. E, portanto, a Igreja, e bem, desmentiu aquilo que tinha vindo numa nota do Patriarcado e que tinha provocado a minha estupefação", referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa elogiou ainda as declarações do bispo auxiliar de Lisboa, por ser "sensível à compatibilização dos objetivos" do evento. "Que a Jornada seja uma projeção de Portugal no mundo e que tenha em linha de conta as circunstâncias económicas e sociais vividas", afirmou.
De recordar que, esta quinta-feira, a SIC Notícias avançou que o Patriarcado de Lisboa tinha dito que, afinal, o Presidente sabia do preço do altar-palco, envolto em polémica devido ao custo previsto de 5 milhões de euros. Mas Marcelo tinha dito que, afinal, soube do custo "informalmente", através da comunicação social.
Também esta tarde, D. Américo Aguiar defendeu a organização da JMJ2023, mas confessou que o valor de cinco milhões de euros para o palco o "magoou". Já o autarca de Lisboa, Carlos Moedas, voltou a realçar o retorno económico que o evento terá para a cidade e para o país, argumentando que Lisboa será "o centro do mundo".
A Jornada Mundial da Juventude de 2023 vai realizar-se no Parque Tejo, entre os concelhos de Lisboa e Loures, no início de agosto deste ano. O orçamento previsto para o evento é superior a 30 milhões de euros, com Carlos Moedas a adiantar que oito milhões de euros estão previstos para os ecrãs, a iluminação e as casas de banho, e mais de cinco milhões de euros serão gastos no palco.
Além dos eventos no Parque Tejo, há também cerimónias previstas para o centro de Lisboa, nomeadamente no Parque Eduardo VII e na Alameda D. Afonso Henriques.
[Notícia atualizada às 20h27]
Leia Também: JMJ. Bispo diz que custo de altar-palco o "magoou" e quer avaliar valor