Posição do PCP sobre condecoração de Zelensky "é coerente"

O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que a posição do PCP sobre a condecoração do Presidente ucraniano com a Ordem da Liberdade "é coerente" com aquilo que o partido defende desde o inicio da guerra.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
17/02/2023 16:51 ‧ 17/02/2023 por Lusa

País

Marcelo Rebelo de Sousa

"Acho que o PCP fez aquilo que era esperável", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Em declarações aos jornalistas, à margem da inauguração de um mural em sua honra criado pelo artista transmontano Trip Dtos, na aldeia Podence, o chefe de Estado disse que já esperava a nota do partido, depois de o seu secretário-geral, Paulo Raimundo, "de forma muito cortês", o ter avisado da sua divulgação.

"O Partido Comunista Português tem uma posição sobre a Ucrânia que é conhecida e é coerente quando defende sobre a Ucrânia uma posição diferente de outros setores políticos. Não diria que o PCP não fez nada que não fosse coerente com a sua posição desde o inicio em relação à Ucrânia", acrescentou.

Na quarta-feira, numa nota colocada no portal da Presidência na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou a condecoração do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, admitindo que antecipou o anúncio na sequência de uma "iniciativa parlamentar sobre esta matéria".

"O Presidente da República tencionava anunciar no dia 24 deste mês, data em que se completa um ano sobre a agressão da Rússia contra a Ucrânia, a condecoração do Presidente Zelensky. Tendo em conta a iniciativa parlamentar sobre esta matéria, anuncia desde já que decidiu atribuir ao Presidente da Ucrânia o Grande-Colar da Ordem da Liberdade", podia ler-se na nota.

Na quinta-feira, numa nota enviada às redações, o PCP considerou que a decisão do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, de condecorar o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, com o Grande-Colar da Ordem da Liberdade, "constitui uma afronta aos democratas e uma decisão contrária à construção de um caminho de paz".

Os comunistas criticam esta condecoração "em vésperas das comemorações dos 50 anos da Revolução libertadora de Abril", acusando o Presidente ucraniano de personificar "um poder xenófobo, belicista e antidemocrático, rodeado e sustentado por forças de cariz fascista e nazi".

A condecoração, para o PCP, "só pode ser recebida com indignação por todos quantos conhecem o valor da luta pela liberdade que o povo português travou ao longo de décadas contra o regime fascista".

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