Num comunicado enviado às redações, o Instituto Nacional de Emergência Médico (INEM) reconhece estes constrangimentos e diz que foram "consequência das falhas registadas nas infraestruturas de comunicação nacionais".
Diz ainda que entre as 13:00 e as 15:00 se verificou "um período de maior pressão no sistema devido a falhas registadas nas redes móveis de comunicações em todo o país".
O pico de chamadas em espera e desligadas na origem, segundo o INEM, ocorreu cerca das 14:00, com um total de 100 chamadas, "tendo os sistemas de 'callback' e de atendimento automático dos CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes] recuperado 100% destas chamadas", acrescenta.
Durante a tarde foram "progressivamente restabelecidas as comunicações telefónicas, o acesso à internet e à rede SIRESP" e o serviço ficou normalizado pelas 23:20.
Devido ao apagão, o INEM ativou o seu plano de contingência e manteve os seus sistemas, telefónico e informático, "a funcionar com recurso a geradores", que foram acionados de forma automática.
"Todas as chamadas com origem no Número Europeu de Emergência -- 112 foram atendidas e o tempo médio de atendimento situou-se nos 40 segundos", acrescenta o instituto.
Na nota hoje divulgada, diz que os CODU registaram na segunda-feira um total de 4.576 chamadas recebidas e 3.877 meios de emergência acionados, números "em linha com os valores registados habitualmente às segundas-feiras", o dia da semana com maior atividade de emergência médica.
Segundo a informação, foram igualmente reforçadas as equipas, designadamente dos profissionais escalados nos CODU, pelas 11:40.
"As aplicações próprias do INEM, de atendimento telefónico, triagem e processamento das chamadas, mantiveram-se sempre operacionais, não se tendo registado qualquer interrupção no seu funcionamento e consequente atendimento e triagem telefónica das chamadas recebidas", afirma.
Na segunda-feira, diversos funcionários do INEM disseram à Lusa que o instituto esteve sem conseguir contactar alguns meios próprios, fosse via telemóvel, fosse através do SIRESP.
Segundo uma das fontes ouvidas pela Lusa, o acionamento de meios atrasou em mais de 100 chamadas e cerca de 400 foram perdidas.
Questionado na segunda-feira sobre os constrangimentos registados nas comunicações do INEM, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, frisou que o Governo ainda estava a "apurar exatamente o que aconteceu".
"É provável que terá havido um período com maior dificuldade nas comunicações, não tenho ainda conclusões sobre tudo o que aconteceu, mas será certamente alvo de aprofundamento, vamos tirar todas as concussões do que correu bem e menos bem", sublinhou.
Na informação hoje divulgada, o INEM garante ainda que "a autonomia energética dos edifícios onde estão instalados os CODU do INEM esteve sempre garantida através dos geradores próprios existentes".
Diz igualmente que foi estabelecida "uma rede de acionamento de meios através dos Comandos Sub-regionais da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, através de canais dedicados de rádio SIRESP".
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