Condecoração de Zelensky? "Há um ano que luta pela liberdade do seu povo"

O Presidente da República justificou, esta quarta-feira, a condecoração do homólogo ucraniano com a Ordem da Liberdade, depois de ter recebido várias críticas.

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Notícias ao Minuto
22/02/2023 12:12 ‧ 22/02/2023 por Notícias ao Minuto

País

Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, justificou, esta quarta-feira, a partir de Lisboa, a condecoração de Volodymyr Zelensky com a Ordem da Liberdade, depois de ter recebido várias críticas.

"Olhando para a lista dos que foram condecorados por todos os Presidentes, há um ponto comum, há um momento na vida daqueles que foram condecorados. Um momento, que pode ser muito longo como pode ser curtíssimo, em que eles foram, de facto, fundamentais, para a defesa da liberdade", começou por realçar o Chefe de Estado português, acrescentando que "o caso" do presidente da Ucrânia "é muito simples".

"Não vamos discutir o que é que ele foi antes de ser presidente, como é que governou como presidente. Há quem goste e quem não goste. Facto é que há um ano que ele luta pela liberdade do seu povo", atirou, salientando que "essa luta persistente e determinada, ao longo de um ano, merece essa consideração".

Aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa revelou ainda que pretende dar a condecoração presencialmente, quando for à Ucrânia, tal como tem feito com os Chefes de Estado e outros condecorados.

Apesar de não avançar com uma data, ao ser questionado se seria já em março, o Presidente da República admitu que será "na primeira oportunidade".

"Vamos ter finalmente uma nova embaixadora da Ucrânia em Portugal, estivemos muitos meses sem uma embaixadora em Portugal. Isso vai permitir programar, para o momento em que a Ucrânia entender adequado, uma visita minha à Ucrânia", acrescentou.

Marcelo prevê "período decisivo" até ao outono

Ainda sobre a Ucrânia, na opinião do Presidente da República os próximos meses vão ser "um período decisivo" para a guerra, com os dois intervenientes a procurarem chegar ao outono numa posição de força.

Em declarações aos jornalistas no Picadeiro Real, em Lisboa, pouco depois de ter recebido a Força Operacional Conjunta (FOCON) que esteve em missão na Turquia, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre o primeiro ano de guerra na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro de 2022.

O chefe de Estado antecipou que as próximas semanas vão ser um "período decisivo" no conflito, porque "recomeça o degelo", o que vai possibilitar "o combate clássico no terreno, nomeadamente com carros de combate".

"Aquilo que se vai passar é saber se a Ucrânia consegue - como vai tentar, com todos os meios - recuperar aquilo que perdeu a partir da invasão há um ano, e a Federação Russa manter aquilo que ocupou ao longo do último ano", previu.

O Presidente da República reforçou que os próximos meses vão ser "decisivos", salientando que tanto a Rússia como a Ucrânia querem chegar ao momento, no "fim do verão, outono", de "medir as posições no terreno e ver se está ou mais forte ou se está mais fraca" e perceber "qual é o espaço que tem para uma guerra mais longa ou se está já em condições de poder aceitar um caminho para a paz".

"Neste momento, vai jogar-se tudo nos próximos meses", salientou.

Questionado se espera pelo menos mais seis meses de guerra, o chefe de Estado respondeu: "Vão ser longos meses sem dúvida e vão ser meses muito importantes por que os dois têm muito a ganhar e têm muito a perder".

"A Ucrânia vai ser apoiada fortemente pela NATO, pelos Estados Unidos e pela Europa e a Federação Russa está a tentar ao menos um apoio de princípio maior da República Popular da China", antecipou.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ainda que esta semana tem tido "dias muito intensos", com a "visita histórica" do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Kiev e com o "discurso sobre o estado da Nação" do líder da Rússia, Vladimir Putin.

Segundo a análise do Presidente da República, cada qual esgrimiu "os seus argumentos fortes", com Biden a reforçar que irá estar ao lado da Ucrânia "o tempo que for necessário" e Putin a tomar a "atitude possível que tinha, que é desvincular a Rússia do tratado de controlo de armamento nuclear".

"Não quer dizer que [Putin] vá utilizar o armamento nuclear, era um argumento que tinha à mão para mostrar a sua reação à posição forte do Presidente norte-americano", considerou.

Sobre a postura de Portugal perante o conflito, Marcelo recordou que o país decidiu enviar os carros de combate Leopard 2 para a Ucrânia, vai participar na formação de militares ucranianos e "fornecer mais munições".

"Aquilo que pode fornecer, e que está em condições de dar no quadro da NATO, Portugal está a fazê-lo. Agora a NATO, como sabe, está a evitar intervir no teatro das operações", recordou Marcelo.

Leia Também: PCP considera condecoração de Zelensky uma "afronta aos democratas"

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