"Esta iniciativa visou agradecer ao poder político eleito e ao povo português toda a solidariedade e pedir a continuação do apoio, com vista a obtenção da paz com o fim da invasão da Ucrânia", destacou esta associação, em comunicado.
Portugal aderiu à "jornada mundial de apoio à Ucrânia", respeitando, às 18h24, "um minuto de silêncio" pelos milhares de vítimas, "muitas das quais crianças, mulheres e idosos indefesos".
A Associação dos Ucranianos em Portugal, que estimou em cerca de 15.000 pessoas nas ruas de 11 cidades portuguesas, sublinhou a "concentração em frente ao Parlamento, em Lisboa, com intervenções de vários deputados, seguida de marcha até Câmara Municipal".
Algumas imagens deste gesto de apoio foi partilhado pela autarquia de Lisboa na rede social Twitter. "Lisboa é Ucrânia. Viva a Ucrânia, viva Lisboa. Portugal estará sempre ao vosso lado“, é a mensagem deixada pelo presidente desta câmara, Carlos Moedas.
🇺🇦 “Lisboa é #Ucrânia. Viva a Ucrânia, viva Lisboa. Portugal estará sempre ao vosso lado“ mensagem de @Moedas no dia 24 de fevereiro. em que se assinala um ano desde o início da guerra na Ucrânia, #Lisboa iluminou-se com as cores da bandeira ucraniana. pic.twitter.com/RH9BCiXgl9
— Lisboa (@CamaraLisboa) February 24, 2023
"No Porto a concentração foi feita no Coliseu, seguida de marcha até à Câmara Municipal e em frente às Câmaras Municipais, por todo o país, nomeadamente em Águeda, Coimbra, Santarém, Setúbal, Santiago do Cacém, Évora, Albufeira, Lagos e Funchal. Nas várias cidades os presidentes da Câmara e o presidente do Governo Regional da Madeira, no Funchal, fizeram curtos discursos de apoio à Ucrânia", adiantou esta associação na nota de imprensa.
Em várias cidades foram vistas bandeiras russas, bielorrussas e iranianas de opositores a estes regimes e solidárias com a Ucrânia, acrescentou.
Esta associação realçou também que "Portugal reconhece o papel da Ucrânia na defesa da liberdade na Europa e no mundo", sublinhando a decisão do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de atribuir a Ordem da Liberdade ao Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que "representa a coragem do povo ucraniano".
Além de destacar as "centenas de milhares de mortos de ambos os lados e milhões de deslocados", a Associação dos Ucranianos em Portugal vincou ainda as "consequências negativas por todo o mundo" devido ao conflito, como "a fome em África, pela falta de cereais, e a inflação na Europa".
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, há exatamente um ano, 8.006 civis mortos e 13.287 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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