"Há duas coisas que acho de facto importantes: O ter-se acordado para o problema, dar conta de que o problema existe e precisa de ser solucionado é a primeira coisa positiva que aconteceu. Segundo, acho importante que o Governo reconheça que tem uma responsabilidade social em tudo isto", apontou o padre Jardim Moreira, em declarações à agência Lusa.
O Governo anunciou hoje a redução para zero do IVA dos bens alimentares essenciais, um apoio mensal de 30 euros às famílias mais pobres e um complemento extraordinário de 15 euros por criança e jovem para os beneficiários do abono de família.
O presidente da EAPN defendeu que estas medidas são "facilitadoras da vida das pessoas", mas é "dever mínimo" do Governo "estar atento às boas práticas dos outros países europeus".
Para o padre Jardim Moreira, as medidas apresentadas não deixam de ser "respostas de emergência", mas ainda assim são "uma resposta positiva às famílias e às pessoas com mais dificuldades", nomeadamente as crianças.
"Acho importante que se tenha cuidado do cabaz básico para as pessoas mais desfavorecidas e penso que era importante também cuidar da habitação e dos estudantes pobres", defendeu, sublinhando que "não é, de facto, uma resposta cabal".
Ainda assim, elogiou a "atitude positiva" da parte do Governo de António Costa, dizendo acreditar que "vai ajudar substancialmente pelo menos aqueles que vivem em maior dificuldade".
Referiu ainda que em Portugal "as coisas são sempre feitas um bocado a correr, sempre sob pressão, nem sempre com a maturidade que os problemas acarretam".
"E depois as respostas nem sempre são as mais ajustadas, mas de qualquer forma acho importante ter-se tomado estas medidas", defendeu o padre Jardim Moreira, que espera que haja depois tempo para alguns ajustes e de sugestões por parte das organizações da sociedade civil.
As medidas de ajuda para mitigar o aumento do custo de vida foram anunciadas hoje numa conferência de imprensa conjunta dos ministros da Presidência, Mariana Vieira da Silva, Finanças, Fernando Medina, e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, em Lisboa.
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