Costa quer que Ibero-América seja "aliança para a transição energética"
O primeiro-ministro, António Costa, defendeu hoje que os países do espaço ibero-americano devem constituir uma "aliança para a transição energética", num discurso em que reafirmou o apoio e pediu empenho no acordo UE/Mercosul.
© Twitter/ António Costa
"Nós devemos ser uma grande aliança para a transição energética, porque temos todas as condições para isso. Desde logo, recursos", afirmou António Costa, na 28.ª Cimeira Ibero-Americana, em Santo Domingo, República Dominicana.
Quanto aos "acordos comerciais que há muito tempo se arrastam" da União Europeia "com Chile, México e em particular o Mercosul", o primeiro-ministro manifestou "enorme expectativa" que possam avançar na presidência espanhola do Conselho da União Europeia no segundo semestre deste ano.
"O custo de não fazermos é muito superior ao custo de fazermos, e por isso faço aqui um apelo a todos para que nos empenhos para que a presidência espanhola seja coroada de sucesso nesta dimensão", disse.
Em defesa de uma maior cooperação no setor da energia no espaço ibero-americano, António Costa referiu que "as maiores reservas do mundo de lítio estão aqui na América Latina" e "as maiores reservas de lítio na Europa estão em Espanha e em Portugal".
Renovamos nesta @CumbreIberoA
— António Costa (@antoniocostapm) March 25, 2023
o compromisso de #Portugal com o espaço Ibero-Americano. Um compromisso firme para que trabalhemos juntos para sociedades mais justas, mais inclusivas, mais livres e mais sustentáveis. pic.twitter.com/d4xP3m50HE
Por outro lado, salientou que Espanha e Portugal acordaram com França a construção de um gasoduto para o transporte de hidrogénio.
"O que significa que esse hidrogénio verde que pode ser aqui produzido, pode ser transportado por barco, pode ser depois distribuído para toda a Europa, para o centro da Europa", acrescentou.
O primeiro-ministro apontou ainda o "cabo digital de alta qualidade" entre a América Latina e a Europa: "É uma gigantesca oportunidade para desenvolvermos em conjunto toda a economia com base nos dados, com base na inteligência artificial. E essa infraestrutura deve ser posta ao serviço do desenvolvimento de todos nós".
Segundo António Costa, a comunidade ibero-americana também pode "fazer a diferença" na proteção dos oceanos e no aproveitamento dos seus recursos, e deve "reforçar a cooperação no domínio da educação, no domínio da investigação científica, no domínio da inovação tecnológica".
Nesta cimeira, que tem como lema "Juntos por uma Ibero-América justa e sustentável", estão representados ao mais alto nível 13 dos 22 países da comunidade ibero-americana.
Estão presentes em Santo Domingo os chefes de Estado do Equador, que acolherá a próxima cimeira, Espanha, Portugal, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Honduras, Paraguai e Uruguai, além do país anfitrião, República Dominicana, e também os chefes dos governos português e espanhol.
Dois dos ausentes são os presidentes do Brasil, Lula da Silva, e do México, López Obrador, as duas maiores economias da América Latina. Lula da Silva não se deslocou à República Dominicana por ter agendada uma visita à República Popular da China, entretanto adiada por motivos de saúde.
O alto representante da União Europeia para a política externa, Josep Borrell, também participa nesta cimeira em Santo Domingo, que antecede a Cimeira União Europeia/Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (UE/CELAC) marcada para julho em Bruxelas, durante a presidência espanhola do Conselho da União Europeia.
A comunidade ibero-americana é composta por 22 países, dos quais três europeus, Portugal, Espanha e Andorra, e 19 latino-americanos: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, México, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Cuba e República Dominicana.
A primeira cimeira desta comunidade realizou-se em 1991, em Guadalajara, no México. Os encontros de chefes de Estado e de Governo repetiram-se, com periodicidade anual, até 2014. Desde então, passaram a ser de dois em dois anos.
A pandemia de covid-19 levou a que o anterior destes encontros, em Andorra, previsto para 2020, se realizasse apenas em 2021, com formato híbrido.
Em regra, Portugal tem sido representado nas cimeiras ibero-americanas conjuntamente pelos chefes de Estado e de Governo.
[Notícia atualizada às 21h04]
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