Uma cadela salvou o dono do incêndio que deflagrou numa cave de um edifício de quatro andares em Alvalade, em Lisboa. Contudo, a 'patuda' perdeu a vida, depois de ter entrado em paragem cardiorrespiratória , na sexta-feira.
O grupo Intervenção e Resgate Animal (IRA) partilhou a história de Nala nas redes sociais, dando conta de que a cadela alertou o dono, identificado como ‘B’, para o brotar do incêndio, enquanto este jogava consola, de auscultadores postos.
“O ‘B’ estava a jogar consola com os seus auscultadores, quando a Nala entrou na sala a ladrar incessantemente. Este comportamento atípico deixou o 'B' surpreso, interrompendo o jogo e tirando os auscultadores para tentar perceber o porquê da Nala estar a ladrar aquela hora, daquela maneira. Assim que tirou os auscultadores percebeu imediatamente que a sua casa estava em chamas”, lê-se.
O homem terá saído de casa com os dois cães, Nala e Roots, avisando os vizinhos para abandonarem imediatamente o prédio. Contudo, terá entrado novamente em casa para retirar alguns pertences, não se apercebendo de que Nala o seguira.
“A Nala inalou demasiado fumo e ficou inconsciente. Sem conseguir encontrar a Nala, pediu imediatamente ao Regimento de Sapadores Bombeiros Lisboa que salvassem a sua cadela. E assim fizeram”, complementou o IRA, que foi contactado pelos agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) no local.
“Minutos depois da chegada da equipa de resgate, é perceptível o socorro a ser prestado à Nala por técnicos do INEM, administrando-lhe oxigénio e tentando estabilizá-la até à nossa chegada. Se o ‘B’ e os seus vizinhos estão bem, podem agradecer à Nala”, considerou a entidade.
O IRA partilhou também, noutra publicação, um vídeo do resgate da ‘patuda’, salientando a “dedicação, profissionalismo e coordenação dos elementos intervenientes no socorro” ao animal.
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“Podemos não ter uma lei que proteja os animais, mas os animais terão sempre seres humanos verdadeiramente espetaculares que os defendam. Durante toda a ação de socorro da Nala, os técnicos do INEM trataram-na como uma vida. Mas não como uma vida qualquer… Uma vida que importa!”, realçou, ainda que o desfecho da operação tenha sido trágico.
Nala entrou em paragem cardiorrespiratória e morreu, tendo dado “a sua vida pela do seu dono, amigo, companheiro”.
“A Nala não hesitou um segundo que fosse, custando-lhe o preço mais alto! E andamos nós a implorar que exista uma lei que realmente os valorize, que os defenda?”, rematou a entidade, apelando para que o primeiro-ministro, Antónia Costa, “faça alguma coisa”.
De notar que incêndio, cujo alerta foi dado pelas 00h08 de sexta-feira, causou quatro feridos ligeiros devido a inalação de fumos, que foram transportados ao Hospital de Santa Maria.
A cave ficou sem condições de habitabilidade, tendo o morador sido realojado por familiares.
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