"O Ministério dos Negócios Estrangeiros [MNE] está a acompanhar a situação, com a Embaixada de Portugal no Cairo, que tem jurisdição consular no Sudão. Até ao momento, não há notícia de portugueses afetados", afirmou a tutela, numa breve resposta à Lusa.
"O MNE irá continuar a acompanhar a situação", acrescentou.
O grupo Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) disse hoje que não irá depor as armas até que o Exército se renda, enquanto as forças armadas descreveram a unidade paramilitar sudanesa como uma "milícia rebelde".
O caos desencadeado principalmente em Cartum e noutras cidades pelos confrontos deixou pelo menos três civis mortos e dezenas de feridos, segundo o Sindicato dos Médicos Sudaneses, que admite que o número possa ser bastante maior.
A Força Aérea Sudanesa começou hoje a bombardear posições do grupo paramilitar na tentativa de repelir uma "agressão", depois de as RSF acusarem o Exército Sudanês de atacar um dos seus quartéis-generais.
As RSF indicaram ter assumido o controlo do Palácio Presidencial, bem como do aeroporto internacional de Cartum, o maior do Sudão, afirmação desmentida pelas Forças Armadas.
A violência ocorrida hoje no Sudão mereceu uma condenação generalizada, em concreto da Organização das Nações Unidas, União Europeia, Estados Unidos, Rússia e Liga Árabe, que pediram o fim imediato das hostilidades.
Estes confrontos surgem dois dias depois de o Exército ter alertado para uma "situação perigosa" no país que poderia conduzir a um conflito armado, na sequência da mobilização das RSF na capital sudanesa e noutras cidades sem o consentimento ou coordenação das Forças Armadas.
Essa mobilização ocorreu durante as negociações para chegar a um acordo político definitivo que pusesse fim ao golpe de 2021 e conduzisse o Sudão a uma transição democrática, pacto cuja assinatura foi adiada duas vezes neste mês justamente por causa das tensões e rivalidades entre os Exército e as RSF.
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