Pensões? Governo "a fazer o que podia ter feito" quando "decidiu esperar"
Chefe de Estado diz que "nunca tive dúvidas" de que aumento ia acontecer.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou, esta segunda-feira, que "nunca" teve "dúvidas" de que o aumento das pensões hoje anunciado pelo primeiro-ministro, António Costa, ia acontecer, referindo que o Governo está "a fazer aquilo que podia ter feito quando a certa altura decidiu esperar para ver se podia fazer".
"O que se tem passado e a experiência mostrou é que, quando se falou, no fim do ano passado, nas medidas para o fim do ano, [o Governo] disse 'vamos ver se é preciso ou não na primavera'. Cá estão na primavera. Se forem precisas no outono, cá estarão no outono", começou por dizer Marcelo, em declarações aos jornalistas na Culturgest, em Lisboa.
"Inclusive ficámos hoje a saber uma coisa que era para mim uma evidência, é que a base de cálculo do aumento de pensões vai ser a base correspondente ao aumento que haveria e que era devido pela aplicação da lei. Eu nunca tive dúvidas que ia acontecer. Mas lembram-se que na altura se esperou para ver se a Economia dava ou não e se havia ou não disponibilidade financeira", atirou.
Interrogado sobre se este aumento é o Executivo a dar o que já devia ter dado, o Presidente foi direto: "É o Governo a fazer aquilo que podia ter feito quando a certa altura decidiu esperar para ver se podia fazer. Eu sempre achei que iria fazer porque se não o fizesse havia problemas jurídicos que se levantavam".
Note-se que, tal como anunciou António Costa, os pensionistas vão ter aumento intercalar de 3,57% a partir de julho nas suas pensões.
Lula da Silva em Portugal? Marcelo não se arrepende
Já sobre a vinda de Lula da Silva a Portugal, numa altura em que o presidente do Brasil está sob fogo devido às suas declarações sobre a guerra na Ucrânia, o chefe de Estado português negou estar arrependido.
"Não, não me arrependi coisa nenhuma, são coisas completamente diferentes", disse.
"A primeira questão é a posição portuguesa: Quem invadiu foi a Rússia. Foi a Rússia que invadiu a Ucrânia, não foi a Ucrânia que invadiu a Rússia. A Ucrânia está a defender-se e está a defender princípios de Direito Internacional e a carta das Nações Unidas. E a NATO e a União Europeia estão a apoiar a Ucrânia, Portugal está a apoiar a Ucrânia", sublinhou, reforçando: "E vamos continuar".
Marcelo disse que transmitiu a posição de Portugal ao presidente da Letónia e o mesmo fará ao presidente Lula e a outros presidentes.
A posição portuguesa é o que é, não muda", reiterou.
Para o Presidente, "a posição brasileira até agora tem sido muito consistente". "A posição brasileira nas Nações Unidas tem sido sempre a mesma, ao lado de Portugal, da União Europeia, dos Estados Unidos, da NATO, contra a Federação Russa. O que não tem acontecido com outros países de língua oficial portuguesa", defendeu.
"Disto isto, é muito simples: Se o Brasil mudar de posição, e mudar de posição em relação ao que foi a orientação Bolsonaro e Lula, é uma escolha dele e Portugal não tem nada a ver com isso. Mantém a sua posição e não estamos de acordo", disse. "Mas nós não estivemos de acordo com os países de língua oficial portuguesa a seguir à independência durante décadas, mantivemos relações", rematou.
[Notícia atualizada às 19h12]
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