No final da reunião pública do executivo municipal, que decorreu em Leça da Palmeira, Carlos Mouta explicou aos jornalistas que o curso tem 30 vagas e dividir-se-á em duas turmas de 15 pessoas.
Para poder aceder a este curso, estes antigos trabalhadores terão de passar por testes de seleção, exames e recrutamento e, mediante os resultados, poderão ou não ingressar no mesmo, explicou.
Os que forem apurados usufruirão do salário mínimo, subsidio de refeição e despesas de deslocação, comentou.
O curso terá uma duração de seis a sete meses, sendo os dois últimos de componente prática, referiu Carlos Mouta.
O autarca ressalvou que o curso de maquinista, com um custo de 30 mil euros por pessoa, será totalmente gratuito, sendo pago pelo Fundo para uma Transição Justa via Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
E dará a estes antigos trabalhadores, acrescentou, a possibilidade de conduzir qualquer comboio na Europa.
O curso de maquinista foi sugerido pelos ex-trabalhadores, dado o salário desta profissão equiparar-se ao que recebiam na refinaria, comentou.
Carlos Mouta explicou que a maioria destes antigos trabalhadores tem o 12.º ano de escolaridade e usufruía, dada a especificidade das suas funções na refinaria, um salário acima da média, algo difícil de igualar.
Já durante a reunião, e depois de questionada pelo vereador comunista sobre a situação destes ex-trabalhadores, a presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, clarificou que a primeira fatia do Fundo para uma Transição Justa será para os trabalhadores e as suas famílias.
"Será para irem ao mercado de trabalho ou criarem o seu próprio emprego", sublinhou.
Nem todos vão ser maquinistas, motivo pelo qual a autarca assumiu que não parará na defesa destes trabalhadores da antiga refinaria.
No dia 21 de dezembro de 2020, a Galp comunicou à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a decisão de encerramento da atividade de refinação em Matosinhos, concentrando as suas atividades no complexo de Sines.
Posteriormente, para acompanhar todo o processo, a Câmara Municipal de Matosinhos constituiu um Comité Científico e um Conselho Consultivo sobre a Reconversão da Refinaria.
Todo o processo de encerramento foi muito criticado sobretudo pelas estruturas sindicais que representam os trabalhadores da antiga refinaria.
A 16 de fevereiro de 2021, a Galp, a Câmara de Matosinhos e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) adiantaram que a antiga refinaria vai dar lugar a uma cidade da inovação ligada às "energias do futuro".
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