A manifestação foi convocada por um movimento de apoio à médica Diana Pereira, grupo que cresceu nas redes sociais e que está a pedir aos participantes para vestirem uma camisola preta, levarem faixas ou cartazes alusivos ao tema e, sobretudo, cumprirem silêncio.
Numa publicação na rede social Facebook, a organização pede que a manifestação seja silenciosa, "como forma de expressão da tristeza e desalento", e apela a que as pessoas levem uma foto de alguém que foi negligenciado com um breve testemunho ou, em alternativa, apenas com o nome da vítima e uma breve legenda.
No início deste mês, a médica denunciou 11 alegados casos de erros e de negligência no serviço de Cirurgia do Hospital de Faro, ocorridos entre janeiro e março, tendo apresentado queixa na Polícia Judiciária contra o seu ex-orientador de formação e o diretor do serviço de Cirurgia do Hospital de Faro.
"Lembrem-se que vamos estar junto a um hospital, onde se encontram pessoas doentes e debilitadas e não é nossa intenção transtorná-las. [...] E não se esqueçam: esta é uma iniciativa de cidadãos para cidadãos", lê-se na mesma publicação no grupo de apoio à médica, que conta com 800 seguidores.
De acordo com Diana Pereira, dos 11 casos reportados, três dos doentes morreram, dois encontravam-se internados à data da denúncia internados nos cuidados intermédios e os restantes tiveram lesão corporal associada a erro médico. Um dos doentes esteve uma semana com compressas no abdómen, adiantou.
Entretanto, a médica - que foi ouvida na quarta-feira no Hospital de Portimão no âmbito do inquérito interno instaurado pelo Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) -, pediu a suspensão do internato médico de formação específica de Cirurgia Geral, medida que está prevista na lei, enquanto decorrem os processos de averiguações aos casos reportados.
O Ministério Público (MP) também instaurou um processo para averiguar as denúncias feitas por Diana Pereira e a Ordem dos Médicos anunciou a criação de uma comissão técnico-científica de peritos, médicos independentes, para avaliar os casos reportados.
O ponto de encontro para a manifestação está marcado para as 17:00 de sábado junto à igreja de São Luís, nas imediações do Hospital de Faro.
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