Assembleia Municipal de Coimbra aprova moção para apoiar repúblicas

A Assembleia Municipal de Coimbra aprovou hoje uma moção apresentada pelo PS que exige junto do executivo a atribuição de um apoio de 10% do valor do imóvel onde estão as repúblicas dos Fantasmas e Rápo-Táxo.

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Lusa
20/04/2023 16:49 ‧ 20/04/2023 por Lusa

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Coimbra

A moção requer que o executivo (liderado pela coligação Juntos Somos Coimbra) atribua um apoio financeiro de 10% do valor do imóvel às associações gestoras destas duas repúblicas, que têm procurado organizar várias iniciativas de angariação de fundos para conseguirem comprar o edifício, situado no centro de Coimbra.

O documento foi aprovado com votos a favor do PS, CDU e movimento Cidadãos por Coimbra, e as abstenções das várias forças que fazem parte da coligação Juntos Somos Coimbra e que estão representadas na Assembleia Municipal (PSD, CDS-PP, PPM e Nós, Cidadãos) e do deputado único do Chega.

"A Real República Rápo-Táxo e a República dos Fantasmas assumiram a intenção de aquisição do imóvel em que se encontram alojadas, de forma a protegerem e preservarem um património de valor incalculável. Lançaram, simultaneamente, um repto à Universidade de Coimbra e à Câmara Municipal de Coimbra para que cada instituição conseguisse apoiar com 10% do valor do imóvel, tendo a instituição universitária avançado desde já com o apoio", lê-se na moção apresentada pelo PS.

Para os socialistas, o esforço da comunidade estudantil, "assim como de antigos estudantes que neste momento angariam o valor necessário para a aquisição do imóvel, deve também ser assumido como seu pela Câmara Municipal de Coimbra, até pela data simbólica, em 2023, da celebração dos dez anos da atribuição da classificação da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia como património mundial".

O presidente da União de Freguesias de Coimbra, João Francisco Campos (PSD), justificou a sua abstenção por considerar que a moção é "inócua".

"É uma moção política. Faltam sete repúblicas comprar as suas casas. Até hoje, a Câmara nunca deu 10% de apoio a nenhuma. Curiosamente, nunca foi dado apoio pelas autarquias presididas por Manuel Machado [antigo presidente eleito pelo PS]", vincou, classificando o documento como um ato de "hipocrisia política", num momento em que está a ser elaborado um regulamento que "permita esse apoio".

Também nesse sentido, o deputado municipal Rui Rodrigues (eleito pelo Nós, Cidadãos e membro do movimento Somos Coimbra) recordou esse regulamento que vai permitir "enquadrar este apoio da Câmara de Coimbra".

"O espírito com que é feito a moção é o correto e o motivo é nobre. Este apoio será uma realidade, mas nos moldes em que tem de ser enquadrado", disse, considerando que a moção lhe parece "redundante".

Já o líder da bancada do PS, Ferreira da Silva, considerou que "não deve haver nenhuma dificuldade legal" na prestação do apoio do executivo às duas repúblicas.

As duas repúblicas procuram angariar cerca de 450 mil euros para comprar o imóvel.

Em 2014, a agência Lusa noticiou que as duas repúblicas estavam a dinamizar uma angariação de fundos para comprarem o imóvel, quando este tinha sido posto à venda por 600 mil euros.

Na altura, os repúblicos queixavam-se da ausência de qualquer resposta da Câmara, então liderada por Manuel Machado.

"Já tentámos marcar reunião com a Câmara há quase dois meses, que tinha mostrado interesse nas repúblicas, mas ainda não nos respondeu", criticou um dos estudantes ouvidos em 2014 pela Lusa.

Leia Também: Universidade de Coimbra com projeto para mitigar abandono Superior

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