"Sala de portas abertas com câmara não é para conversas privadas"
As críticas e comentários ao polémico vídeo conhecido na quarta-feira continuam a surgir, e desta vez, foi o social-democrata Duarte Marques que falou sobre a situação.
© Global Imagens
Política Duarte Marques
O ex-deputado do Partido Social Democrata Duarte Marques comentou, esta quinta-feira, a polémica sobre as declarações do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, não só sobre o Chega, como também sobre a Iniciativa Liberal.
"Uma sala de portas abertas com uma câmara de filmar lá dentro não é uma sala para conversas privadas", começou por escrever numa publicação partilhada no Twitter.
"Mas mesmo que fosse, porque não se indignaram com as partes 'úteis' e 'leves' que foram reveladas inicialmente nas TVs? O princípio é o mesmo. Só é violação se for embaraçoso?", rematou.
As críticas surgem depois de o assunto ter marcado o dia, dado que em causa está um vídeo divulgado pela ARTV (o canal do Parlamento), no qual Santos Silva é ouvido a dizer que "aquilo que a Iniciativa Liberal decidiu fazer [na sessão com Lula da Silva] não é nada", porque "há sempre quem faça pior". No mesmo momento, o presidente da Assembleia da República falou em "falta de integridade política"- tendo depois disso, em comunicado, argumentado que "nunca se referiu à IL nos termos divulgados".
Uma sala de portas abertas com uma câmara de filmar lá dentro não é uma sala para conversas privadas. Mas mesmo que fosse, porque não se indignaram com as partes “úteis” e “leves” que foram reveladas inicialmente nas TVs? O princípio é o mesmo. Só é violação se for embaraçoso?
— Duarte Marques (@DuarteMarques) April 27, 2023
Santos Silva considerou, esta quinta-feira, em pleno Parlamento, que é "lamentável e inaceitável que, na Assembleia da República, se colham imagens e captação de som de pessoas", sem as mesmas "saberem" e "estarem a autorizar essa recolha". Na sua perspetiva, a recolha tratou-se de uma "flagrante violação de direitos e liberdades mais fundamentais das personalidades que foram vítimas desta operação", que "não pode acontecer novamente".
A intervenção de Santos Silva acontece na presença do primeiro-ministro, António Costa, e também do Presidente da república, Marcelo Rebelo de Sousa. As imagens foram, entretanto, apagadas do site.
Já hoje, no Parlamento, o responsável pediu desculpas, sublinhando que a recolha tratou-se de uma "flagrante violação de direitos e liberdades mais fundamentais das personalidades que foram vítimas desta operação", que "não pode acontecer novamente".
Tanto o Chega como a Iniciativa Liberal reagiram a esta situação, na qual estão diretamente implicados. Para além do líder do Chega, André Ventura ter defendido que Santos Silva não tem condições para continuar no cargo porque é, segundo diz, um "árbitro imparcial" e se tornou o porta-voz do Partido Socialista, também o líder dos liberais se referiu à situação, ironizando. "A culpa é do operador de câmara", afirmou, já depois de ter dito que nas imagens as mais altas figuras do Estado estavam a ter um comportamento "indigno" e "próprio de café".
Leia Também: Ventura diz que Santos Silva não tem condições para se manter no cargo
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