Ana Rita Cavaco, bastonária da Ordem dos Enfermeiros, reagiu esta manhã à nova indicação da Direção-Geral da Saúde, que atribuiu aos enfermeiros a responsabilidade de realizarem partos de baixo risco.
Para a bastonária este é "um passo importante" que representa "uma nova forma de organização do trabalho, que é uma complementariedade".
"É reconhecermos coisas que os enfermeiros já fazem", atirou, em entrevista à RTP 3, referindo que estes profissionais trabalharam "muito, muito para esta norma" que contou com a ajuda do diretor executivo do SNS.
Ana Rita Cavaco lembrou que "ao fazer isto, estamos a reduzir o número de médicos obstetras que são precisos nas urgências e nos internamentos", lembrando os muitos problemas levantados nos últimos meses sobre o fecho das urgências de diversas maternidades do Serviço Nacional de Saúde, devido à falta de profissionais. Salientou, ainda, que na área da enfermagem "não existe a falta de profissionais" na área de obstetrícia.
Voltando a salientar que este "é um modelo de organização diferente, que está em linha com orientações da OMS", a bastonária salientou que fica a faltar os enfermeiros poderem "prescrever exames, prescrever medicamentos, tal como já se faz outros países do mundo".
Recorde-se que os enfermeiros especialistas em enfermagem de saúde materna e obstétrica (EEESMO) vão passar a ser responsáveis pelos partos normais, no casos em que se registe um baixo risco do parto e em que este seja feito sem indução ou necessidade de instrumentos.
A alteração consta de uma orientação da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre 'Cuidados de saúde durante o trabalho de parto' e que é assinada por Rui Portugal, subdiretor-geral da DGS.
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