Líder do Grupo Wagner "poderá ser acusado de alta traição" por Moscovo

Em causa está uma troca de acusações entre Yevgeny Prigozhin e os seus mercenários e o general e ex-deputado Viktor Sobolev.

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Notícias ao Minuto
17/05/2023 09:18 ‧ 17/05/2023 por Notícias ao Minuto

País

José Milhazes

O historiador José Milhazes, considerou que o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, poderá ser "acusado de alta traição" por Moscovo.

"O general e ex-deputado da Duma (câmara baixa do Parlamento russo) Viktor Sobolev avisou que os soldados russos que queiram passar do serviço ao Estado para o Wagner poderão incorrer a penas de prisão de 10 a 15 anos", começou por referir o também jornalista, no seu habitual espaço de comentário na SIC, esta terça-feira.

Segundo Milhazes, o responsável militar considera o Grupo Wagner "não passa de uma força armada ilegal".

Prigozhin já respondeu aos comentários de Sobolev, acusando-o de ser um "cobarde": "Pega nas tuas coisas e corre para a frente, mostra o que podes fazer, palrador desmioloado", afirmou o responsável do Grupo Wagner, citado pelo historiador.

Também os próprios mercenários terão respondido ao ex-deputado, ameaçando, segundo Milhazes, "fazer sexo anal" com o general e "outros como ele", na Praça Vermelha, em Moscovo.

"Isto pode ser interpretado como uma ameaça de golpe militar e levar o Kremlin a acusar Prigozhin de alta traição. É o que parece que poderá vir a acontecer", considerou. "Se as tropas russas continuarem a perder Bakhmut, alguém terá de ser o culpado".

No entanto, as acusações entre Moscovo e Grupo Wagner podem também ser "uma manobra" para "desviar as atenções" dos preparativos das tropas russas face à iminente contraofensiva ucraniana.   

As relações entre o Kremlin e o líder do Grupo Wagner têm-se deteriorado nos últimos meses, com Prigozhin a acusar Moscovo de não fornecer munições aos mercenários que lutam em Bakhmut.

Esta semana, o jornal Washington Post revelou que Prigozhin terá querido fornecer a Kyiv informações sobre a posição das tropas russas em Bakhmut. O Kremlin já reagiu e afirmou que "parece outro boato".

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 15 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

Leia Também: Forças ucranianas apontam para a morte 200.000 soldados russos

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